A TERCEIRA EXTEMPORÂNEA E A FORMAÇÃO DO EDUCADOR EM FRIEDRICH NIETZSCHE

  • Ivanildo Luiz Monteiro Rodrigues DOS SANTOS

Resumo

O processo de unificação da Alemanha é um importante aspecto da concepção nietzscheana sobre cultura. Friedrich Nietzsche (1844-1900) no texto, a Terceira Intempestiva: Schopenhauer Educador refere-se ao Estado alemão – recentemente unificado (1871) – de seu tempo, como principal agente deturpador da cultura e do espírito do que seria propriamente a essência do homem. Tal Estado, sob muitos aspectos mantinha a mesma identidade cultural da época de Arthur Schopenhauer (1788-1860), no entanto a unificação não foi um fato vivenciado por este. Devido ao longo processo de unificação, pode-se ressaltar que as observações de Schopenhauer sobre formação cultura engajada pelo Estado tiveram grande influência nas primeiras teses nietzscheanas sobre a formação educacional.  Para expor a interpretação de Nietzsche sobre a cultura alemã faz-se necessário, tendo por base a Terceira Intempestiva, analisar em que contexto histórico se encontra a filosofia schopenhauriana. Esta análise e contextualização histórica, ainda que superficial, se deterá primeiramente sobre os aspectos da formação (educação) alemã do final do século XVIII até a primeira década do século XIX. Posteriormente, ancorada no pessimismo como modelo crítico capaz de problematizar o teatro social da cultura do século XIX, onde se desenvolve o pensamento schopenhauriano, a fim de compreender as motivações nietzscheanas para recomendar Schopenhauer como modelo de educador. Por fim, trata-se de analisar a filosofia schopenhauriana no que tange a questão da cultura e formação do gênio, tendo a meta de verificar como se dá o ideal nietzscheano da genialidade. A partir do contexto histórico busca-se averiguar quais elementos Nietzsche toma como condição necessária de formação do educador em Schopenhauer.
Publicado
2016-06-17