CONCILIAÇÃO VIDA PESSOAL- FAMILIAR E TRABALHO DOS PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO PARANÁ

  • Pamela Jeane VAZ RIBEIRO UNIBRASIL CENTRO UNIVERSITARIO
  • Graciela Sanjutá SOARES FARIA UNIBRASIL CENTRO UNIVERSITARIO
Palavras-chave: Professores, Setor de Ensino, Gênero, Conflitos Trabalho-Família, Estratégias de Conciliação de Trabalho e Família.

Resumo

As primeiras pesquisas sobre atividades de docentes eram centradas no fracasso escolar a partir principalmente da perspectiva do aluno, entretanto, alguns pesquisadores, pensando em caminhos para o ensino público no Brasil, começaram a dedicar sua atenção para o professor e o seu trabalho. O trabalho tem grande influência na qualidade de vida do sujeito e, deste modo, a compreensão dos conflitos trabalho-família enfrentados por docentes mostra-se relevante para pensar em maneiras de contribuir para a saúde dos professores e, por conseguinte, para a qualidade do ensino. Além disso, é importante destacar que, no setor de ensino, em especial no nível fundamental e médio, existe uma grande predominância de mulheres que vivenciam mais frequentemente os conflitos entre as demandas pessoal-familiares e de trabalho por sobreposição de atividades e/ou sobrecarga, em função de uma construção histórica legitimada das responsabilidades familiares e domésticas estarem destinadas a elas. Vale mencionar também que os limites entre o espaço público, de trabalho, e privado, pessoal-familiar, são muito pouco estabelecidos nas atividades docentes. A partir do exposto, o objetivo deste estudo é compreender os conflitos entre as demandas pessoal-familiares e de trabalho vivenciados por professores da rede pública de ensino do Paraná e as estratégias usadas para a sua conciliação. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa e exploratória através da aplicação de questionário em 12 professores da rede pública de ensino do Paraná, atuantes em Curitiba, de ambos os sexos, dentre estes três do sexo masculino e nove do sexo feminino. A faixa etária de idade desses participantes oscilou entre 33 e 59 anos de idade, sete dos entrevistados eram casados no período da pesquisa e possuíam filhos e cinco dos entrevistados eram solteiros. Quanto aos resultados, a pesquisa indicou que quatro (n=4) dos entrevistados vivenciavam conflitos trabalho-família, sendo que todos indicam alta frequência de cansaço após jornada de trabalho o que dificultava a realização de tarefas domésticas, três (n=3) apontam que problemas em casa não impactam em seus relacionamentos no trabalho e um (n=1) indica que isso ocorre raras vezes. Para conciliar a rotina trabalho-família, sete (n=7) participantes indicam a organização e planejamento como estratégia e três (n=3) indicam que não misturam os contextos ou que não adotam estratégia específica, outros dois participantes não se manifestaram nesse aspecto. Por fim, sugere-se a ampliação da coleta de dados com professores sobre o tema proposto e a realização de entrevistas com outros atores educacionais, assim como seria interessante realizar análises mais profundas enfocando a questão de gênero.

Publicado
2016-11-08
Seção
Psicologia