Investigação de um surto de infecção hospitalar por Pseudomonas aeruginosa em um hospital de Curitiba/PR

  • Edlamar Kluk Trindade Centro universitário autônomo do Brasil(UNIBRASIL)
  • Rayana Ariane Pereira Maciel Centro universitário autônomo do Brasil(UNIBRASIL)
  • Jannaina Ferreira de Mello Vasco Centro universitário autônomo do Brasil(UNIBRASIL)
  • Jean Marcel Lemes Hospital XV
Palavras-chave: Surto de infecção hospitalar, Pseudomonas aeruginosa.

Resumo

Um surto de infecção hospitalar é definido quando existe um aumento estatisticamente significativo de uma determinada infecção adquirida em um ambiente hospitalar. Os surtos estão relacionados principalmente a infecções na corrente sanguínea e frequentemente acometem pacientes imunodeprimidos ou imunocomprometidos, idosos e pacientes em unidade de tratamento intensivo (UTI). Um dos microrganismos frequentes que causam surtos é Pseudomonas aeruginosa, relacionada à formação de biofilmes em equipamentos médico–hospitalares, tem a capacidade de produzir toxinas e dificulta a ação de alguns antibióticos. Esse microrganismo está relacionado a produzir mecanismos de resistência como a produção ß-lactamases, conferindo resistência aos antibióticos β-lactâmicos, inclusive aos carbapenêmicos. Esse trabalho tem como objetivo realizar um estudo de caso de um surto por P. aeruginosa que ocorreu em um hospital de Curitiba/PR no período de Janeiro a Junho de 2014, o qual foi identificado pela CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) do próprio hospital. O surto foi notificado a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Foram analisados os critérios laboratoriais, clínicos e epidemiológicos, com a finalidade de identificar as possíveis fontes, fatores de riscos e cadeias de transmissão. Das 31 amostras que foram isoladas, 12% apresentaram contaminação por P. aeruginosa produtora de carbapenemase. A média das idades foi de 66,9 anos. Evoluíram para alta hospitalar 73% e 27% a óbito. Dos indivíduos contaminados, 29% foram diagnosticados no lavado bronco alveolar, 6% na urocultura e 73% na sonda vesical de demora. Dos 22 pacientes estudados, 73% estiveram permanência na UTI por mais de 24 horas e 27% dos pacientes apresentaram contaminação por outro microrganismo, como o Acinetobacter baumannii. Os sinais e sintamos apresentados e relatados pelos pacientes pesquisados foram: 77% hipertermia, 64% dor, 59% hiperemia e 50% apresentaram secreção esverdeada e ou sanguinolenta na lesão cirúrgica e úlcera por pressão e urina concentrada com presença de grumos. A faixa etária de 60 anos, juntamente com o processo infeccioso, aumenta a morbidade e mortalidade desses pacientes, associada a infecções causadas por P. aeruginosa. Adicionalmente, a presença de quadros clínicos, a realização de procedimentos invasivos e a internação por mais de 24 horas em unidades de terapia intensiva configuraram-se, assim como em outros estudos, como os principais fatores de risco para aquisição de infecções por este patógeno. Estudos de surtos hospitalares já demostraram que profissionais de saúde e diversos instrumentos podem ser responsáveis pela colonização/infecção. É importante destacar que profissionais da área da saúde desempenham papel fundamental no controle e na prevenção de novos surtos, como o uso de equipamentos de proteção individual e higienização das mãos.

Biografia do Autor

Edlamar Kluk Trindade, Centro universitário autônomo do Brasil(UNIBRASIL)

Tecnica de enfermagem, estudante de Biomedicina

Rayana Ariane Pereira Maciel, Centro universitário autônomo do Brasil(UNIBRASIL)
BiomédicaMestre e Doutoranda em Microbiologia, Parasitologia e Patologia - UFPR
Jannaina Ferreira de Mello Vasco, Centro universitário autônomo do Brasil(UNIBRASIL)
Coordenadora do Curso de Biomedicina
Jean Marcel Lemes, Hospital XV
Dr. Infectologiasta
Publicado
2016-11-07
Seção
Biomedicina