INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: ESTUDO DE CASO

  • Carine Conceição BOSI
  • Giorgia Caroline MENDES
Palavras-chave: Lúpus Eritematoso Sistêmico, fisioterapia, glomerulonefrite

Resumo

Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune, crônica, inflamatória do tecido conjuntivo que acomete múltiplos órgãos e sistemas, caracterizada pela formação de imunocomplexos constituídos por autoanticorpos e auto ou heteroantígenos que se depositam na parede de vasos de pequenos e médios calibres e em território da microcirculação. No comprometimento renal pode se destacar principalmente a glomerulonefrite, caracterizada pela presença de proteinuria > 0,5 g/24 horas, ou de aumento dos níveis séricos de creatinina, podendo causar dependendo do grau da doença lesões necrotizantes e lesões esclerosantes nos glomérulos. O presente trabalho trata-se de um estudo de caso, que teve como objetivo observar e registrar a presença dos comprometimentos e complicações procedentes do LES e fazer uma analogia com a literatura existente sobre o assunto. A análise documental foi baseada na pesquisa do prontuário e da avaliação a beira do leito. Foi selecionada uma paciente do sexo feminino com diagnóstico de Nefrite Lúpica grau V, internada na enfermaria do Hospital Angelina Caron em Campina Grande do Sul, PR. No exame físico foi constatada presença de edema duro, sinal de cacifo positivo nos membros inferiores, com coloração avermelhada nos mesmos e membros superiores emagrecidos, sintomas característicos do acometimento renal. Os testes para trombose venosa profunda foram negativos, a frequência respiratória e cardíaca encontrava-se dentro dos padrões da normalidade. Na ausculta pulmonar foi verificado presença de murmúrio vesicular sem ruídos adventícios. A partir dos dados coletados e da base teórica previamente estudada, foi realizado o atendimento fisioterapêutico. Iniciado pelos exercícios de conscientização e expansão pulmonar; estimulação circulatória com o exercício de bomba de tornozelo; cinesioterapia ativa para membros inferiores e superiores, finalizando com posicionamento adequado no leito juntamente com orientações. Através deste estudo, constatou-se que o conhecimento das manifestações clínicas e da evolução patológica do LES nos permite o estabelecimento de uma intervenção eficaz, além de permitir a elaboração de uma abordagem fisioterapêutica e a seleção adequada de procedimentos e técnicas que promovam profilaxia e minimização das manifestações decorrentes das complicações sistêmicas, bem como a importância do atendimento fisioterapêutico nos pacientes reumáticos e muitas vezes acamados. Os exercícios respiratórios visam uma melhora na reexpansão pulmonar, evitando a formação de atelectasias e o acúmulo de secreção, já a cinesioterapia motora contribui evitando o imobilismo, perda de massa muscular e promovendo uma melhora no fluxo sanguíneo.
Publicado
2016-05-03

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