Ciência e Psicanálise: Aproximações e Afastamentos

Resumo

Com o surgimento da Psicanálise, por meio de seu precursor, Freud, surgiu também um grande esforço freudiano para incluir a psicanálise no campo científico. Entretanto, ainda hoje se mantém viva a questão: a psicanálise é ou não é uma ciência? Este artigo teve como objetivo discorrer sobre alguns pontos de aproximação e alguns pontos de afastamento entre psicanálise e ciência. Esta pesquisa foi desenvolvida por meio de levantamento bibliográfico, sendo que, foi necessário para isso, apresentar um recorte da construção do pensamento científico, passando por ideias de construção de conhecimento em Descartes, Wittgenstein e Foucault. Também foi importante pensar a relação que a nossa sociedade atual tem com a ciência moderna e com a ideia que faz do que é uma verdade. Nessa linha, sobressaíram-se questões sobre a construção de paradigmas, evolução de paradigmas e construções de visões de mundo (nomeadas por Freud como Weltanschauung). A Psicanálise surgiu em um período em que o paradigma científico vigorava, o que a colocou desde o seu nascimento, com uma questão importante em relação a ela. Não se obteve com essa pesquisa resultados conclusivos de modo definitivo, uma vez que estas questões existem desde o surgimento da Psicanálise, e a Psicanálise parece se sustentar justamente pelas vias da vivacidade dessas questões. Entretanto, pode-se concluir que a Psicanálise é uma construção constante, uma vez que os seus efeitos são clínicos e que a psicanálise se reinaugura a cada caso. É aí que a psicanálise demonstra sua eficácia, pois o psicanalista parte do princípio de que cada tratamento é único, não podendo ser replicado, o que dificulta a inserção da psicanálise no campo da ciência, por um lado - mas é o que desemboca em sua eficácia, por outro.