A ARTETERAPIA NA INTERVENÇÃO COM CRIANÇAS QUE APRESENTAM COMPORTAMENTO MANIPULADOR: ESTUDO DE CASO

  • Diego da Silva UNIANDRADE
Palavras-chave: Arteterapia, Manipulação, Controle, Infância.

Resumo

Introdução: A maior parte das crianças começa desde cedo a tentar controlar os pais e o ambiente ao qual estão inseridas como uma forma de segurança emocional e obter o que querem. Pouco a pouco elas percebem que algumas estratégias são eficazes e não hesitam em utilizá-las. Tentam encontrar os pontos fracos, que passam muitas vezes por manifestações de carinho (abraços, beijos) e testar os limites dos familiares. Objetivo: Realizar um estudo de caso, a partir de intervenções em Arteterapia como possibilidade de tratamento para crianças que apresentam comportamento manipulador. Material e métodos: Na realização deste estudo de caso, foram utilizadas técnicas arteterapêuticas voltadas para as artes visuais com desenhos, pinturas, jogos e literatura. Houve também a entrevista inicial com o cuidador responsável, escuta e observação atenta dos conteúdos emocionais trazidos pelo paciente e cuidadora. Foram realizadas 5 sessões, com duração de uma hora cada, semanalmente. A partir dos dados observados nesse período através das intervenções, foram descritos os resultados do trabalho. Resultados: A paciente será chamada de “B” e tinha 10 anos de idade. No primeiro dia de atendimento, a mãe disse que a menina apresentava ansiedade, teimosia, era controladora, manipuladora e desobediente. A mãe era casada, mas o marido não era o verdadeiro pai de “B”. O pai verdadeiro dela é ausente e possui outra família, com uma enteada e dois filhos. Na escola é uma boa aluna, mas conversava bastante. A menina disse que fica triste (chorou como forma de tentar manipular o terapeuta) por se comportar desta forma, e queria ser diferente, mais obediente. Quando ela faz algo de errado, sua mãe a coloca de castigo, sem ver televisão, mexer no computador ou celular, e sem sair de casa. Gosta de borboletas pelo fato delas se transformarem em algo bonito. Não passou na prova do Colégio Militar, acertando 6 questões de um total de 30. Para passar ela precisaria acertar pelo menos 15 questões. Ficou triste, mas disse que pelo menos tentou. Considerações: Durante o processo terapêutico, ficou evidente o quanto a paciente busca ter o controle sobre o ambiente ao qual está inserida, e, para isso, faz uso de manipulações. A mesma demonstrou inteligência bem desenvolvida e com raciocínio lógico apurado. Quando os familiares não faziam o que ela desejava, por exemplo, comprar um brinquedo que ela queria, a paciente fazia birra e deixava transparecer que a família a agredia. Com o passar das sessões esse comportamento diminuiu. Percebeu-se que o comportamento manipulador se desenvolveu a partir da separação dos pais biológicos, o que foi algo aversivo para a paciente. Desta forma, com receio de novas mudanças bruscas na família tentava controlar as pessoas.

 

Palavras-chave: Arteterapia; Manipulação; Controle; Infância.

 

Publicado
2019-08-20
Seção
Psicologia