PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS ACERCA DA DISTANÁSIA EM UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA DE SAÚDE

  • Maria Caroline WALDRIGUES
  • Cecília Carolina Lopes FERREIRA
  • Larissa Fernanda de CARVALHO
Palavras-chave: assistência terminal, unidades de terapia intensiva, ética em enfermagem

Resumo

Ao estudar culturas e povos antigos percebe-se que o homem sempre renegou a morte, e que provavelmente isso não tende a mudar, pois é inconcebível para o inconsciente imaginar um fim real para nossa vida na terra. O medo de morrer aliado aos seus tabus torna-se uma dificuldade para o ser humano, acompanhado dos sentimentos de desesperança, desamparo e isolamento que perdura essa fase da vida. Considera-se que a morte não é apenas um desenvolvimento do ciclo biológico do ser humano; seu acontecimento permeia todo contexto social, cultural e financeiro da sociedade.  Nesse sentido, com relação aos saberes compartilhados sobre o processo de morte e morrer nas escolas de Enfermagem, constatou-se que estão além do processo considerado ideal, focalizando o cuidado para com a promoção e recuperação da saúde dos indivíduos. O interesse de trabalhar com o profissional enfermeiro manteve-se, pois a sua prática profissional esta diretamente ligada ao cuidado. Entende-se que a problemática abordada correlaciona-se em vários setores das instituições hospitalares, entretanto as Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) torna-se relevantes por constantemente prestar cuidados específicos a indivíduos com sobrevida. Atualmente é possível identificar novas formas de atendimento ao paciente sem perspectiva de cura, obtendo-se então maior conhecimento sobre o tema, o que influencia diretamente a tomada de decisão do enfermeiro, frente aos cuidados dispensados aos pacientes nesta situação. Assim, esta é uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa, como o objetivo de identificar a percepção dos enfermeiros de uma Instituição de saúde privada da cidade de Curitiba-Pr, acerca da distanásia. Os dados foram coletados por meio de um instrumento semi-estruturado, com cinco enfermeiros das unidades de terapia intensiva, sendo elas: Pediátrica, Cardíaca e Geral, no mês de fevereiro de 2012. Foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin, a qual foi possível a construção de três categorias, sendo elas: Fatores que prolongam a vida do paciente sem perspectiva de cura; Comunicação como ferramenta para atuação do enfermeiro no processo de morte morrer; Ser enfermeiro: aprendendo a lidar com sentimentos de morte. Conclui-se que faz-se necessário o diálogo e a discussão sobre o processo de morte e morrer nas academias, pois para aceitar a morte do outro primeiramente devemos repensar sobre nossa própria finitude.  E assim, promover o desenvolvimento de estratégias que sejam capazes de manter relações interpessoais de ajuda ao paciente e às suas famílias que vivenciam este processo.

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