O SER SOCIAL: CENTRALIDADE DA CATEGORIA TRABALHO NO SERVIÇO SOCIAL

  • Isabella Beloni SANTOS
Palavras-chave: processo de trabalho, ser social, capacidade teleológica, alienação, serviço social

Resumo

O presente trabalho é uma proposta de diálogo sobre a formação da categoria trabalho, do ser social e da sociedade através da transformação da natureza para atender a demanda de suas necessidades.  Para isso serão abordados o conceito de Processo de Trabalho para K. Marx (1867), os estudos de Netto e Braz (2006), além de Cardoso (2013) sobre a mesma temática. Compreende-se que o processo de trabalho se dá por meio da prévia ideação, que consiste na capacidade do homem em projetar sua própria existência, compreendida como capacidade teleológica. Após essa ação, o homem aplica a sua força de trabalho numa matéria prima usando como mediação instrumentos para a transformação do objeto e, por fim, o homem se diferencia dos animais e da natureza por suas capacidades, os animais já possuem uma herança genética, por exemplo, ele não projeta antes de construir, ele só constrói aqui dentro da sua necessidade. Em um primeiro momento serão analisadas as características teóricas de Marx em O capital, Capítulo V – Processo de Trabalho e Processo de Valorização (1867) – onde o teórico confirma a importância da práxis nas relações humanas e na relação com a natureza, ressalta também como o trabalho é um processo indispensável na formação do ser social e da sociedade que o constitui como tal.  O processo de trabalho resulta em valores de uso como uma finalidade de trabalho e, a transformação da natureza, como papel principal na constituição do ser social através do processo de trabalho. No segundo período de investigação serão analisadas a constituição do conhecimento de Netto e Braz (2006) sobre implicação de novas necessidades e objeções do ser social que vem à tona devido a sua linguagem articulada, sua capacidade teleológica e a necessidade de universalização que é adquirida ao passar do tempo com sua humanização. De início, entende-se como ser social singular e após sua universalização entende-se como ser social na coletividade, momento em que a sociedade é constituída através da transformação da natureza e do homem a partir do trabalho. Junto com essa expansão do ser social e da sociedade, vem a alienação, um dos objetos de estudo de K. Marx, que se dá em sociedades que existe a divisão de trabalho e a propriedade privada. Em um terceiro momento do diálogo serão considerados os embasamentos da autora Cardoso (2013) que trabalha com o processo de desumanização do homem em relação ao trabalho na sociedade de classes, referindo-se a alienação e ao estranhamento do ser social. Tendo como condição as relações sociais que são baseadas na divisão social da sociedade. Por fim, trata-se da relevância do diálogo deste conceito da categoria de trabalho para a área do Serviço Social, que consiste na observância do mundo do usuário em contraposição às relações sociais intrínsecas a ele.