A HISTÓRIA DA DRAMATURGIA NO RÁDIO

  • Thays Renata POLETTO
  • Gabriella Cândida MACIOSEK
  • Giovanna Carolina TORTATO
  • Giovanna Menezes FARIA
  • Manoela Tkatch de LIMA
  • Thayná Santos PERES
Palavras-chave: Rádio, História do Rádio, Dramaturgia no Rádio, Novelas Radiofônicas, Drama

Resumo

Este trabalho aborda a evolução e origens do drama no rádio, problematizando quando de fato começou a ser utilizado o gênero no veículo no Brasil e se foi um surgimento natural ou importado. Alguns acreditam que elas vieram importadas do México e de outros países latinos, outros apostam que o início se deu com a transmissão de peças teatrais nas rádios que o movimento acabou criando força. O que se sabe é que produtores e empresários perceberam que os ouvintes gostavam de acompanhar programas de entretenimento que trouxessem elementos de seu cotidiano e optaram pela produção e transmissão de material do gênero dramático. Com a evolução e demanda por programas mais leves e divertidos nas rádios do Brasil, vieram as tão conhecidas radionovelas, formato que realmente foi importado de outros países latinos. Os scripts vinham, em sua maioria, de Cuba, sendo traduzidos e interpretados por atores brasileiros. Entre os anos de 1943 a 1945, a aceitação do público e o sucesso das radionovelas foram tão grandes que a Rádio Nacional do Rio de Janeiro transmitiu 116 novelas. A maioria das novelas tinham um ar mais dramático e quase todas abordavam o gênero romântico, já que tinham como público alvo as mulheres donas de casa. Em 1956, a radionovela tinha patrocinadores e comerciais especificamente direcionados ao público feminino e assim detinha cinquenta por cento da programação da Rádio Nacional. As radionovelas tinham grande influência no cotidiano nacional, principalmente por causa do seu conteúdo direcionado à vida dos brasileiros, com tramas envolventes e, consequentemente, ocupavam os horários nobres de transmissão, assim como uma considerável parte da programação das emissoras. A demanda de radionovelas foi crescendo, chegando ao ponto que importar scripts dos países latinos não era mais o suficiente e começaram a ser criadas as primeiras radionovelas genuinamente brasileiras. Entre os autores destas estavam nomes como Dias Gomes e Janete Clair, que no futuro se consagrariam com suas telenovelas. Também com o início das obras originais brasileiras iniciou a regionalização das radionovelas. Por exemplo, em Pernambuco as novelas poderiam se passar no sertão e usar do sotaque nordestino. Com o surgimento da televisão em 1950, houve uma migração de público e de profissionais do rádio para o novo veículo, o que trouxe decadência para radionovelas e radiopeças. Conclui-se que, atualmente, esses produtos se limitam a algumas emissoras, mas há um uso frequente da dramaturgia em peças publicitárias para rádio.

Publicado
2016-06-08

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