COMPLEXIDADE NA FORMA COMO COMPREENDIDA POR EDGAR MORIN

  • Nicolle Sayuri França UYETAQUI
Palavras-chave: Complexidade, Método Cartesiano, Paradigma, Edgar Morin

Resumo

1. Conceituar a epistemologia da complexidade a partir dos problemas epistemológicos contemporâneos, seu surgimento, consequências e superação, e como deveria ser o suceder epistemológico na visão de Morin. 2. Compreender a complexidade estudando obras do autor, identificando, analisando e correlacionando origens, desenrolar e consequências dos problemas e soluções epistemológicos, desde sua dimensão micro à macrossistêmica, para expor a superação paradigmática e epistemológica do método científico redutor e especificador, ao paradigma epistêmico da complexidade, que permite interligar e interrelacionar sujeito–objeto–ambiente ética, criativa, inteligente e estrategicamente aos desafios decorrentes da conduta humana. 3. Realizamos pesquisas nas obras de Morin e de comentadores. Passando essa etapa, foi feito fichamentos das obras, até que correspondessem às expectativas moldadas em quatro questões chave da pesquisa: "Problemas epistemológicos contemporâneos; Suas Causas; Soluções e; Como Deve Ser". 4. Os problemas decorrem do método cartesiano simplificador, que afasta o objeto do ambiente e sujeito, resultando em um mundo cientificamente catastrófico fundando numa inteligência cega, pois descartaram as influências do ambiente e o ousar intelectual do sujeito. Trabalhar com o que foi excluído, relacionando e pensando estrategicamente, acreditando que a solução não está em afastar o erro, mas dialogar com ele. Somos um sistema aberto que sofre influências externas e nucleóticas, pensar padronizadamente é despreparo intelectual frente ao acaso, que não segue padrão. 5. A Complexidade modifica a visão simplificada, buscando soluções antes excluídas e impensadas, desenvolvendo raciocínio estratégico, apadronizado. Dialogar sujeito–objeto–ambiente, entendendo que há muito do todo na parte e vice-versa, não somando ou quantificando, mas interligando. A ciência moderna muito avançou, todavia nos automatiza na ilusão de domínio sobre máquinas, sendo que na verdade, subordinamos nosso raciocínio a seus programas. Somos um conjunto interligado, em que células se destroem, se renovam e trabalham mantendo o todo vivo. Para tanto, precisamos policiar o pensamento contra possíveis ameaças à razão, combatendo a racionalização mental com um olhar "eco-meta-sistêmico", inserindo o subjetivo (isolado nas ciências humanas) junto ao perfil de pesquisador, ousando criativamente, desprendido de programas, afinal ordem demais estagna, de menos perde-se o controle, mas ordem que dialoga com desordem trabalha estratégica, sábia e organizadamente.
Publicado
2016-06-09