A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO DEFICIENTE NA MÍDIA

Resumo

Este trabalho tem como objetivo entender de que forma o deficiente físico é representado na mídia local. O tema justifica-se pela crescente inserção social deste grupo, que ocupa tanto os bancos escolares quanto o mercado de trabalho. Aborda-se, na discussão teórica, a terminologia da deficiência, mostrando o estigma do deficiente no jornalismo, além do conceito de estigma e da teoria das representações sociais. Estas discussões são importantes, uma vez que o deficiente pertence a um grupo considerado “minoria”, que se diferencia na sociedade como outros grupos sociais com diferenças étnicas, culturais, sociais, biológicas, de orientação sexual, de identidade de gênero. Assim, foram selecionadas 17 reportagens através de uma busca por palavras-chaves durante o período de janeiro de 2014 a janeiro de 2015, publicadas pelo site do jornal Gazeta do Povo. O intuito era encontrar peças que se abordassem problemáticas ligadas a pessoas com deficiência. Estas matérias foram, posteriormente, observadas, por meio de uma análise de conteúdo, de forma que fossem extraídos do texto todos os adjetivos encontrados e registrados em uma tabela. Constatou-se que dentre as matérias analisadas quatro fazem referência aos deficientes com adjetivos negativos como “vítima”, “cabisbaixo”, “limitado” e “coitadinhos”. Porém, as demais reportagens não mostraram qualquer intenção de adjetivar os personagens, de forma negativa ou positiva. Esse fato contradiz alguns autores citados no artigo, que observam na mídia um local que privilegia duas vias quando se refere à pessoa com deficiência: o heroísmo ou sua incapacidade de ser “como os outros”.