Modernismo e tradição na busca da autonomia das artes e do design no Brasil

  • Marilda Lopes Pinheiro Queluz
  • Ivan Alexander Mizanzuk
Palavras-chave: Campo, Arte, Design, Autonomia, Bourdieu

Resumo

O presente artigo busca apontar possíveis relações de diferenciação entre o design modernista surgido na Europa na primeira metade do século XX, explorando seu diálogo com as artes visuais do período, e a introdução do modelo modernista de design no Brasil, surgido no início do século XX e disseminado através da formação de instituições de ensino como o IAC-SP (década de 1950) e a ESDI-RJ (década de 1960). Partimos de Bourdieu em sua consideração sobre a consolidação da prática artística europeia como Campo e, em seguida, questionaremos se tal noção se aplicaria ao Brasil, considerando as perspectivas de Renato Ortiz. Ao final, buscaremos demonstrar que o próprio cenário artístico brasileiro carece de maior autonomia para ser identificado como espaço autônomo de produção, o que, por consequência, gera conflitos específicos na prática do design brasileiro, tendo em vista que sua institucionalização se deu por meio de uma influência direta de escolas de design europeias (Bauhaus, HfG Ulm) que se viam como continuações dos debates modernistas acerca das práticas artísticas.
Publicado
2017-02-10