CONDIÇÕES MICROBIOLÓGICAS DE COZINHAS E MANIPULADORES DE MERENDA ESCOLAR EM MUNICÍPIO DO SUL DO BRASIL

Conteúdo Principal do Artigo

Patrícia Dias Araújo
Elisa Sisti
Maria Letícia d de Lima Manske
Bárbara Bastos
Daiana Magro da Silva
Cassiane r de Paula Richte

Resumo

Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo avaliar as condições higiênico-sanitárias, bem como detectar e isolar os possíveis microorganismos presentes em utensílios de cozinhas de escolas públicas e mãos e fezes dos respectivos manipuladores da merenda escolar destes locais.

Métodos: Uma lista de verificação para avaliação das condições físicas e higiênico-sanitárias das cozinhas escolares foi aplicada em 7 diferentes Instituições de Ensino. Um questionário sociodemográfico, acompanhado das coletas para análises microbiológicas de utensílios, superfícies, mãos, unhas e fezes das merendeiras também foram realizadas nestes locais. Para tanto, os microorganismos pesquisados foram: Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Salmonella spp. Resultados: Cerca de 50% das escolas visitadas eram caracterizadas como Instituições de Educação Infantil e a média de 2 merendeiras por escola foi encontrada nos locais visitados, nos quais em sua 

maioria, as variáveis  higiênico-sanitárias avaliadas encontravam-se fora das conformidades. Dentre os resultados microbiológicos dos utensílios e superfícies analisadas, o crescimento de S.aureus e E.coli em 14,2% das tábuas foi verificado, enquanto nos liquidificadores, 28,5% de positividade para os mesmos microorganismos foi encontrado. Já nas bancadas, ocorreu o crescimento de 14,2% de S.aureus e 42,5% de E.coli. As análises microbiológicas realizadas a partir das mãos das merendeiras demonstraram o crescimento de 14,2% de S.aureus e 42,8% de E.coli em um total de 16 amostras. Para as unhas analisadas, apenas 14,2% das amostras apresentaram positividade microbiológica para S.aureus.

Conclusão: Os resultados encontrados nesta pesquisa apontam as condições higiênico-sanitárias inadequadas dos manipuladores como uma das principais causas da contaminação de alimentos, uma vez que a presença de E.coli nas mãos e utensílios analisados foi evidenciada

Detalhes do Artigo

Como Citar
Araújo, P. D., Sisti, E., Manske, M. L. d de L., Bastos, B., Silva, D. M. da, & Richte, C. r de P. (2018). CONDIÇÕES MICROBIOLÓGICAS DE COZINHAS E MANIPULADORES DE MERENDA ESCOLAR EM MUNICÍPIO DO SUL DO BRASIL. Cadernos Da Escola De Saúde, 17(2), 79-90. Recuperado de https://portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/cadernossaude/article/view/3792
Seção
Biomedicina
Biografia do Autor

Patrícia Dias Araújo, Faculdade Especializada na área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS)

Biomédica. Docente na Faculdade Especializada na área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS).

Elisa Sisti, Faculdade Especializada na área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS)

Biomédica, docente e coordenadora do curso de Biomedicina na Faculdade Especializada na área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS)

Maria Letícia d de Lima Manske, Faculdade Especializada na área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS)

Aluna do curso de Biomedicina na Faculdade Especializada na área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS)

Bárbara Bastos, Faculdade Especializada na área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS)

Aluna do curso de Biomedicina na Faculdade Especializada na área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS)

Daiana Magro da Silva, Faculdade Especializada na área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS)

Aluna do curso de Biomedicina na Faculdade Especializada na área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS)

Cassiane r de Paula Richte, Faculdade Especializada na área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS)

Aluna do curso de Biomedicina na Faculdade Especializada na área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS)

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