O PAPEL DA FAMÍLIA NO CUIDADO DO DOENTE MENTAL

  • Mariana Clariano Marinho Rocha (IC - Serviço Social/ UNIBRASIL)
  • Cleci Elisa Albieiro (Professora Serviço Social/ UNIBRASIL)
Palavras-chave: Saúde Mental, Família, Fortalecimento de vínculos, Políticas Públicas

Resumo

O trabalho no campo da política de saúde mental vem sofrendo avanços ao passar dos anos. Mesmo com esses avanços, ainda permanecem os estereótipos históricos que rodeiam o meio social dos usuários com doença mental. Dessa forma é imprescindível estudos e pesquisas para a consolidação de um trabalho interdisciplinar que contempla o olhar de totalidade para a realidade do usuário e proporciona um tratamento humanizado e menos recluso, possibilitando a ressocialização e a orientação relevante na garantia dos direitos e do acesso às políticas públicas. A partir de observações feitas no campo de estágio, conseguiu-se identificar estereótipos, construídos pelos próprios familiares e em certos casos, da própria equipe de trabalho, com o usuário internado. Pode-se observar pouca frequência nos atendimentos familiares, e até abandono, e em contraponto, identificou-se também que quando há apoio familiar, o usuário consegue alcançar os objetivos do tratamento proposto mais rapidamente. A família sendo uma construção social, exige do profissional uma visão crítica para compreendê-la além do aparente na perspectiva sócio histórica e de totalidade. Dessa forma, resgata-se o debate a partir dessa pesquisa a importância de estudar o lugar da família nesse processo, e a importância da participação familiar durante todo o processo de tratamento dentro da instituição e sua continuidade no pós-alta hospitalar. As pesquisas demonstram que a pessoa com doença mental vem sendo excluída historicamente do sistema produtivo e do convívio social devido à imagem que faz parte da sua identidade, como uma pessoa perigosa, incapaz e improdutiva. Através dessa problematização, busca-se a estudar o tema, pois por meio da pesquisa e da investigação, estudos e a vivência na área poder-se-á propor um debate de desconstruir os estigmas do usuário com doença mental, e ressaltar a importância da família, do fortalecimento de vínculos no tratamento e das políticas publicas neste processo. A presente discussão tem como objetivos problematizar o papel da família no contexto do cuidado do doente metal bem como, discutir as demandas institucionais relacionadas à família e as políticas sociais. A perspectiva metodológica que dará suporte a esta pesquisa, será o método na perspectiva critica da realidade concreta, que nos possibilita o processo de investigação e análise em bibliografias e produções já existentes. Conclui-se que é essencial a discussão do tema a luz de referenciais teóricos vinculados à prática profissional e a vivência com as mais diversas dinâmicas familiares para que possamos reconstruir o convívio social do usuário, enxergando, assim como todo ser humano, um sujeito de direitos.
Publicado
2016-11-08
Seção
Serviço Social