AVALIAÇÃO DA SÍNDROME HEPATORRENAL EM MODELO EXPERIMENTAL DE LIGADURA PARCIAL DA VEIA PORTA E SUPLEMENTAÇÃO COM GLUTAMINA

  • Aldiny Paula de Godoy UNIBRASIL
  • Géssica de Mattos DIOSTI FEPAR - Faculdade Evangélica do Paraná
  • Fernanda Christo LOVATO FEPAR - Faculdade Evangélica do Paraná
  • Camila Moraes Aparecida Marques Laboratório de Metabolismo Celular - Fisiologia - Universidade federal do Parana - Nucleos de Investigação experimental em Saúde - NIES/UNIBRASIL
  • Adriana Oliveira CHRISTOFF Nucleos de Investigação experimental em Saúde - NIES/UNIBRASIL
Palavras-chave: Síndrome Hepatorrenal, Hipertensão Portal, Ligadura Parcial da Veia Porta, Glutamina.

Resumo

A Síndrome Hepatorrenal (SHR) é caracterizada pela redução de fluxo sanguíneo renal causada por doença hepática, podendo estar relacionada com aumento de 10mmHg de pressão no sistema porta, afetando a hemodinâmica do fígado e levando à Hipertensão Portal (HP). Isso resulta em aumento de espécies reativas de oxigênio na mucosa gástrica e aparecimento de circulação colateral devido à obstrução parcial da veia porta. O envolvimento renal e o aumento acentuado da morbimortalidade são algumas das complicações mais temidas. Assim, a glutamina, um aminoácido não essencial, vem sendo administrada em quadros de estresse pelo papel na manutenção da integridade celular e pelo efeito antioxidante. Uma vez que o prognóstico da SHR é ruim (90 dias para 10% dos pacientes), o objetivo desse estudo foi verificar o efeito protetor da glutamina nos rins de ratos com SHR submetidos ao modelo de HP por ligadura parcial da via porta (LPVP). Para isso, foram utilizados 24 ratos machos Wistar, divididos em quatro grupos. Os grupos foram divididos em Simulação de Operação + NaCl (SO + NaCl), Simulação de Operação + Glutamina (SO + G), Hipertensão Portal por LPVP + NaCl (HP + NaCl) e Hipertensão Portal por LPVP + Glutamina (HP + G). O tratamento com glutamina teve início a partir do 8º dia de experimento e, diariamente, foi administrada a glutamina por gavagem. Transcorridos 15 dias, houve a eutanásia dos animais com retirada dos rins, que foram fixados em lâminas histológicas e corados com hematoxilina e eosina. Os resultados foram expressos como índice de lesão intersticial (edema, congestão, células inflamatórias e hemorragia, variando a intensidade de 0+ a 3+, com índice máximo de 12+) e índice de lesão tubular (degeneração e necrose, variando a intensidade de 0+ a 3+, com índice máximo de 6+). As pontuações referiram-se à alteração ausente, leve, moderada e intensa. Em relação aos animais do grupo SO + NaCl, não foi verificada lesão tubular, mas lesões intersticiais de intensidade leve em 60% dos ratos. Foram encontradas alterações intersticiais de grau moderado nos animais com LPVP + NaCl, com predomínio de congestão capilar, além de células inflamatórias e hemorragia. Entre os grupos que foram submetidos à LPVP, o grupo com ingestão de glutamina apresentou uma menor congestão capilar, além de uma degeneração hialina de menor intensidade, sendo que as alterações tubulares no grupo LPVP + NaCl foram 10,6% maiores que no grupo LPVP + G. De forma similar à literatura, o grupo LPVP + NaCl apresentou graus de intensidade maiores que no grupo LPVP + G devido à incapacidade fisiológica de síntese do aminoácido em condições de estresse. Tais resultados apresentaram-se favoráveis ao uso da glutamina na manutenção e integridade celular diante de alterações geradas pela LPVP. Dessa forma, o uso de glutamina, especialmente na presença de lesões intersticiais e tubulares, mostrou-se benéfica pelo potencial efeito protetor na regeneração e integridade celular.

Biografia do Autor

Aldiny Paula de Godoy, UNIBRASIL
Bolsista em Biomedicina no Centro Universitário Autônomo do Brasil - UNIBRASIL pelo PROUNI, formada em Técnico em Meio Ambiente (2012) mediante a estágio técnico obrigatório realizado no Instituto Ambiental do Paraná - IAP (2011), no setor de Monitoramento da qualidade do Ar de Curitiba e região metropolitana, participando do auxílio quanto a emissão dos relatórios e boletins de Controle da Qualidade do Ar. Realizou Iniciação Científica na área de Fisiologia, com ênfase em Fisiologia de Órgãos e Sistemas, em 2014 no Centro Universitário Autônomo do Brasil - UNIBRASIL, tendo como principal foco o estudo de um modelo experimental de Hipertensão Portal por meio de ligadura parcial da veia porta.
Géssica de Mattos DIOSTI, FEPAR - Faculdade Evangélica do Paraná
Acadêmica de Medicina na Faculdade Evangélica do Paraná (2013 a 2019). Foi monitora da disciplina de Fisiologia I por 2 semestres durante o ano de 2015 e Bolsista de Iniciação Científica do CNPq durante o período de agosto/2015 a agosto/2016. Realizou estágio voluntário no Pronto Socorro de Ortopedia do Hospital Universitário Evangélico do Paraná durante o período de novembro de 2014 a setembro de 2015.
Fernanda Christo LOVATO, FEPAR - Faculdade Evangélica do Paraná
Acadêmica de Medicina pela Faculdade Evangélica do Paraná e bolsista de Iniciação Científica pelo CNPq (2015/2016).
Camila Moraes Aparecida Marques, Laboratório de Metabolismo Celular - Fisiologia - Universidade federal do Parana - Nucleos de Investigação experimental em Saúde - NIES/UNIBRASIL
Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Luterana do Brasil (2004), Mestrado (2008) e Doutorado (2012) em Ciências Biológicas (Fisiologia) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É colaboradora do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, vinculada ao Laboratório de Hepatologia Experimental e Fisiologia HCPA/UFRGS e pesquisadora pós-doc do Laboratório de Metabolismo Celular, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Fisiologia, da Universidade Federal do Parana. Tem experiência na área de Fisiologia e Biofísica, com ênfase em fisiologia digestiva, fisiologia de orgãos e sistemas, estresse oxidativo e antioxidantes. Atua como docente, na Escola de Saúde, do Centro Universitário Autônomo do Brasil- UNIBRASIL.
Adriana Oliveira CHRISTOFF, Nucleos de Investigação experimental em Saúde - NIES/UNIBRASIL
Possui graduação em Farmácia e Bioquímica / Indústria e Alimentos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2004). Especialista em Farmacologia pela Universidade Federal do Paraná (2006). Mestre em Farmacologia pela Universidade Federal do Paraná (2008) e doutorado em farmacologia pela Universidade Federal do Paraná (2015). Atualmente é professora pesquisadora do Centro Universitário Autônomo do Brasil (Unibrasil). Possui experiência na área de Farmacologia com ênfase em Metabolismo hepático e na área de drogas de abuso. Participa de pesquisa básica e clínica na área de drogas de abuso.
Publicado
2016-11-07
Seção
Biomedicina