FAÇA O QUE EU DIGO E NÃO O QUE EU FAÇO: UMA AMPLIFICAÇÃO DA PEÇA TARTUFO

  • Sara Regina SANTANA BASAN DIAS (IC - Psicologia/UNIBRASIL)
  • Caetano FISCHER RANZI Professor de psicologia
Palavras-chave: Tartufo, Orgon, malandro, moralista, complexo, possessão.

Resumo

O tema escolhido visa estudar pessoas que vivem de uma forma, mas falam ao outro regras diferentes de como se viver: “faça o que eu digo e não o que eu faço”. Através da peça de Moliérie, O Tartufo (1669), será apresentado à relação entre dois personagens: Orgon e Tartufo. A peça será retratada como uma imagem de uma psique, sendo Orgon o ego e o Tartufo seu complexo, revelando que a “hipocrisia” de alguém que dissimula pode iludir aquele que se considera o mais “infalível”. Com essa amplificação é possível correlacionar a dinâmica entre um ego que se defende de um complexo, evidenciando quanto mais se esconde um complexo mais ele ganha força e quando ele consegue atingir o Ego isso se torna uma possessão na psicologia analítica isso se chama identificação, pois o complexo possui o Ego. Para exemplificar esse tema temos Orgon, o moralista que é autoritário e se acha muito sábio, porém dá espaço para que o malandro Tartufo entre em sua vida, o possua, o inebrie e o leve a tomar decisões. Essa junção do moralista e do velhaco revela o tema da pesquisa, pois se cria uma imagem da relação deles, na qual o que se diz ser uma coisa é outra. Após essa possessão as mudanças no indivíduo podem ser grandes, como Orgon que pode se descobrir alguém mais humilde e que aceita que comete erros. Além disso, pode-se concluir que Moliérie escreveu essa peça teatral como uma crítica a sociedade da época e que a uniteralidade, que é tomar para si um só lado e não dar possibilidades para o diferente nos incita para uma forçada união dos opostos.
Publicado
2016-11-08
Seção
Psicologia