ANÁLISES FENOTÍPICAS DE CEPAS DE Staphylococcus aureus (MRSA) ISOLADOS DE PACIENTES COM FIBROSE CÍSTICA

  • Larissa V.B. Oliveira Centro Universitário UniBrasil
  • Luiza S. Rodrigues
  • Liana Oliveira
  • Adriane C. Maestri
  • Lilian P. Ferrari
  • Janainna F.M. Vasco
Palavras-chave: Fibrose Cística, Staphylococcus aureus, MRSA

Resumo

Fibrose Cística (FC) é uma doença causada por mutações no gene CFTR (Cystic Fibrosis Tramnsmembrane Condutance Regulator). Esta mutação resulta em danos nas propriedades viscoelásticas do muco respiratório, ocasionando distúrbios pulmonares e desenvolvimento de doença pulmonar supurativa, obstrutiva e progressiva. Em indivíduos com FC a prevalência de culturas respiratórias positivas para Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) aumentou nos últimos anos nos centros CF do Brasil, e contribui para resultados adversos em FC. Estudos transversais e epidemiológicos demonstraram que o MRSA estava associado com função pulmonar inferior prejudicada em FC, bem como maior uso de terapias médicas. Este trabalho teve como objetivo analisar cepas de Staphylococcus aureus, isolados de amostras de fibrocísticos, através de dois diferentes métodos fenotípicos para caracterização do MRSA. Os isolados foram provenientes de amostras do trato respiratório inferior de pacientes diagnosticados com FC e acompanhados no ambulatório de Fibrose Cística do Complexo do Hospital de Clínicas (CHC) - UFPR, durante o período de maio a outubro de 2017, totalizando seis meses do estudo. Foram realizadas provas bioquímicas microbiológicos padrões para caracterização de 76 S. aureus e para a detecção do S. aureus (MRSA) foram utilizados três testes fenotípicos, crescimento em Ágar Cromogênico MRSA® e Teste de disco-difusão com cefoxitina. De 76 cepas analisadas nove foram positivas para o Ágar Cromogênico MRSA® e seis foram resistentes frente ao teste com disco de cefoxitina. O teste de disco-difusão se mostrou mais eficaz e verídico a presença de MRSA, dentre as seis cepas resistentes, todas se deram realmente por MRSA. Já o Ágar Cromogênico MRSA® se mostrou menos seletivo, das nove cepas com crescimento positivo somente cinco se deram realmente por MRSA, as outras quatro conseguiram crescer em meio seletivo sendo que não eram resistentes. A identificação apropriada do S. aureus (MRSA) colonizador das vias áreas é de extrema importância para o início de uma correta antibioticoterapia, pois riscos de tratamento prolongado e indiscriminado da aquisição de MRSA incluem o surgimento de novas estirpes, cada vez mais resistentes e com uma maior toxicidade relacionada ao tratamento.

Publicado
2018-02-16