A CONDIÇÃO DA MULHER NO ESPAÇO EDUCACIONAL BRASILEIRO: ASPECTOS HISTÓRICOS SOCIAIS DA TRAJETÓRIA FEMININA

  • Larissa TOMAZONI
  • Alexandre Godoy DOTTA
  • Andrea Maria Carneiro LOBO
Palavras-chave: Educação Brasileira, Inclusão da Mulher, Relações de Gênero

Resumo

O presente trabalho tem como escopo principal descrever o processo histórico de inclusão da mulher no espaço educacional brasileiro. Orienta-se mediante o seguinte questionamento: qual são os principais aspectos da trajetória percorrida pelas mulheres para a inclusão do feminino na educação brasileira? A investigação desenvolve-se a partir de revisão sistemática de bibliografias, de documentos normativos e dados estatísticos de organismos oficiais do Estado. Objetiva descrever as formas da conquista da mulher no espaço educacional. Descreve os principais artifícios de exclusão enfrentados pela mulher para inserção no ambiente escolar. Inicia levantando a condição da mulher no período colonial e imperial brasileiro, que é caracterizado por um grande índice de analfabetismo, menosprezo intelectual e da privação da educação à mulher. Aborda a condição feminina no período inicial da república e apresenta as principais alterações legislativas que propiciaram a inserção da mulher no espaço da educação formal. Descreve a criação das disciplinas específicas da mulher voltadas para serviço do lar, economia doméstica e cuidados com os filhos e a família. Apresenta o surgimento da pós-graduação na década de 1960 e a expedição dos primeiros diplomas de mestrado e doutorado para mulheres no Brasil. Trata dos dados do Censo da Educação Superior sistematizados pelo INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira. Analisa os números ingressantes e concluintes por gênero nos anos de 2003 e de 2013. Utiliza os números do portal estatístico do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para demonstrar o número crescente de mulheres no espaço acadêmico científico. Considera que na atualidade a mulher é maioria no espaço escolar, na educação superior, assim como, no espaço da pós-graduação strictu sensu. Finaliza expondo que em 2014 que 61% dos diplomas expedidos eram de mulheres, do mesmo modo nos cursos de doutorado 60% dos diplomas eram de mulheres. Conclui-se que, apesar da expansão da educação feminina, que trouxe avanços nas relações sociais, de gênero, na política e na economia, há que se pensar que esse avanço deve se estender a todas as camadas da população, inclusive às mais pobres. Contudo, esse foi apenas um obstáculo vencido pelas mulheres. Atualmente o desafio é adentrar nas áreas de predominância masculina e aumentar os índices da educação formal nesse segmento. É necessário equilibrar as relações de gênero a fim de construir uma sociedade materialmente democrática.
Publicado
2016-05-03

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 > >>