MELANCOLIA: UMA QUESTÃO SOBRE O DIAGNÓSTICO

  • Murielli Castro Ramos Instituição:Centro Universitário Autonomo do Brasil - Unibrasil
Palavras-chave: Melancolia, Psicose, Neurose, Narcisismo

Resumo

O presente artigo tem por objetivo realizar uma discussão teórica sobre a melancolia no campo dos diagnósticos em psicanálise a partir do estudo de um caso clínico. O que motivou esta pesquisa foi a dificuldade encontrada no que tange ao manejo da transferência diante dos atendimentos de um sujeito com discurso melancólico. No texto “A dinâmica da transferência” Freud cita que as psiconeuroses, como a melancolia, estão ao lado da transferência afetuosa, dirigida muitas vezes a uma mesma pessoa. Deste modo, um dos objetivos do artigo é entender a transferência a partir da melancolia, apoiando-se em teóricos psicanalíticos. Freud dá um destaque para a melancolia em relação ao conflito que a sustenta, dizendo que trata-se de uma neurose narcísica resultante de um conflito entre o eu e o supereu, diferente do conflito que resulta nas neuroses de transferência ou nas psicoses. Não sendo possível afirmar que ela esteja dentro de um quadro psicótico ou neurótico, pois diferente da psicose o sujeito está inserido no simbólico, de acordo com Lambotte (2001). Assim, a melancolia é colocada por Freud, como um paradigma, pois abre brecha para uma discussão se ela se trata de uma neurose ou de uma psicose. Outro ponto levantado neste artigo, é o modo em que a melancolia está inteiramente associada ao narcisismo e a forma em que está relacionada com o corpo e os somatizadores, pois segundo Pinheiro (2010), na melancolia a noção de representação corporal não é capaz de sustentar-se no tempo.

 

Palavras Chaves: Melancolia. Psicose. Neurose. Narcisismo.

Publicado
2018-02-27