A Raiva: um problema de saúde pública

  • Aline Krelling Marinaska
Palavras-chave: raiva, zoonoses, saúde pública, Monegavirales, educação sanitária, quirópteros.

Resumo

A raiva é uma doença de caráter antropozoonótico e cosmopolita, sendo a primeira enfermidade que os animais poderiam transmitir aos seres humanos com alta taxa de letalidade. Essa zoonose pertence à ordem Monegavirales, família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus e a alguns anos atrás era considerado um vírus bastante estável, porém hoje, esta estabilidade já não é tão absoluta. A raiva é resistente a agentes físico-químicos, porém é rapidamente inativado a altas temperaturas e seu período de incubação é muito variável apresentando diversos fatores associados a um maior ou menor período de incubação, tais como a amostra de vírus envolvida, o local da mordedura, a carga viral presente na ocasião, a suscetibilidade da espécie exposta e a imunidade do animal agredido. A raiva acomete todas as espécies homeotérmicas, sendo os principais hospedeiros os animais carnívoros e os quirópteros. Nestes últimos, o vírus pode permanecer nas glândulas salivares permitindo a sua disseminação, sem necessariamente haver a manifestação da doença. Há algumas características dos hospedeiros que favorecem a perpetuação do vírus da raiva, podendo ser citadas os hospedeiros que apresentam alta densidade populacional, intensa interação social, alta capacidade de deslocamento e longo período de incubação. Uma vez inoculado, o vírus pode replicar-se nas células musculares, próximas ao local da inoculação, antes de invadir o SNC, pode ocorrer a entrada direta do vírus no SNC. Após a infecção, o vírus se dissemina via nervos periféricos de forma centrífuga para os tecidos não neuronais, distribuindo-se por todo o organismo. O vírus é usualmente mantido num hospedeiro principal, não ocorrendo diferença de susceptibilidade entre os sexos, porém com relação a idade, os animais mais jovens são mais susceptíveis. Geralmente, uma espécie particular serve como reservatório importante para determinada. Os morcegos participam da cadeia de transmissão da raiva assumindo um papel cada vez mais relevante, incluindo espécies hematófagas e não hematófagas. A maioria das infecções pelo vírus rábico se dá por transmissão percutânea, através da mordedura de animais. A transmissão se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado. O vírus atinge diferentes porções do cérebro e dissemina-se, centrifugamente para órgãos e glândulas salivares, onde também se replica e então é eliminado pela saliva das pessoas ou animais enfermos. Com relação ao tratamento, o Brasil utiliza um protocolo para combater a raiva que pode se encontra no website do ministério do ministério da saúde, neste protocolo estão listados todos os procedimentos para a profilaxia desta zoonose. Para a prevenção é relevante projetos de educação sanitária e ações preventivas. Ainda há muito o que se estudar sobre essa e tantas outras zoonoses que ainda são grandemente negligenciadas. É preciso que se investigue mais a fundo os problemas de saúde pública, criando normas e procedimentos ainda aqui escassos.
Publicado
2020-01-22
Seção
Medicina Veterinária

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)