JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO

Uma leitura sobre os efeitos na construção de identidade

  • Jessica Magari Ferazza Centro Universitário Unibrasil
  • Aline Fonseca Centro Universitário Unibrasil
  • Dulce Mara Gaio
Palavras-chave: fadas no divã; joão e o pé de feijão, psicanálise; análise

Resumo

Os contos infantis na narrativa dos cuidadores, são descritos como uma tentativa de educar a partir do lúdico. Uma história, muitas vezes é contada sem ao menos ter uma interpretação mais aprofundada pelo seu narrador. Os pais cantam “A Cuca Vem Pegar”, em tom de ternura, como se fosse uma maneira de acalentar a sua majestade-o-bebê que está em busca do sono calmo e profundo. Os contos infantis carregam a sustentação da língua, linguagem e seus significantes, que proporcionam uma infinita busca pelo seu significado, estas, que serão mencionadas no presente trabalho sobre o João e o Pé de Feijão. A língua fala, a linguagem leva o sujeito a se ouvir e o atravessamento interpretativo abre a possibilidade de ressignificação através da metáfora. Diante da escuta do sujeito, a interpretação se registra de modo diferenciado pela via da identificação. Por isso, cada conto pode ser trabalhado diferentemente com cada criança. O conto, poderá despertar o fio da meada até aquilo que está ligado aos conteúdos internos desse sujeito. Este trabalho tem como objetivo entender em como se dá a construção da identidade pelo atravessamento da linguagem que é instaurada pelos dizeres do outro. O impacto cultural está em sua forma de padronização, sendo pelo código de partida e por fim pelas interpretações individuais dos membros que compõe um mesmo grupo. O conto do João e o Pé de Feijão na construção da identidade, desperta em seu leitor e até mesmo naquele que o ouve, um sentido que levará a um deslizamento até os próprios significantes da teia, que por fim, se conecta a algum significado. Considera-se que não há identidade sem conexão com a linguagem, a comunicação através das metáforas desperta sentidos unilaterais em cada sujeito, pois tem a função de elucidar a continuação da própria história, aquela que ainda é desconhecida pelo indivíduo. A leitura dos contos infantis, como o da obra em foco, dá a possibilidade de leitura daquele que está fora da história, oferecendo ao analista, ferramentas para uma percepção mais apurada da escuta sobre o outro. Através da metáfora, cada indivíduo buscará a possibilidade de encontrar os próprios “feijões mágicos”, sendo, o próprio caminho.

Biografia do Autor

Jessica Magari Ferazza, Centro Universitário Unibrasil

Estudante de Psicologia do Unibrasi

Dulce Mara Gaio

Psicanalista. Licenciatura (1975) e Graduação (1976) em Psicologia pela Universidade Católica do Paraná, Especialista em Psicologia Clínica pelo CFP (2001), Especialização em Filosofia e Psicanálise (2003) e Mestrado em Filosofia Contemporânea (2007) pela Universidade Federal do Paraná. Experiência no magistério do ensino superior e em supervisão de estágio, a profissionais e serviços de saúde, no Sistema Penitenciário e em Hospital Psiquiátrico/Clínica Psicossocial. Atual docente do UniBrasil-Ctba e supervisora clínico-institucional do CAPS III, CAPS II e SOIS em Joinville.

Referências

CORSO, Diana Lichtenstein; CORSO, Mário. Fadas no divã: psicanálise nas histórias infantis. Porto Alegre: Artmed, 2005.

DA SILVA, Tomaz Tadeu et al. A produção social da identidade e da diferença. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis:
Vozes, p. 73-102, 2000.

FIORIN, José Luiz. Introdução à linguística II: princípios de análise. 2003.

MARIANI, Bethania. Silêncio e metáfora, algo para se pensar. Trama, v. 3, n. 5, p. 55-
71, 2007. Disponível em:< http://saber.unioeste.br/index.php/trama/article/view/959>
Acesso 20 de setembro de 2020.
Publicado
2021-06-11
Seção
Psicologia

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