PERFIL DE VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL NO PARANÁ EM 2011

  • Kamelyn Caroline CASAGRANDE
  • Paola Cardoso da SILVA
  • Thiago Yuiti Castilho MASSUDA
Palavras-chave: análise das amostras obtidas, perfil de vitimas, não notificação às autoridades, não uso de preservativo, programa de apoio às vítima

Resumo

Foram analisados no Laboratório de Bioquímica e Sexologia Forense do Instituto Médico Legal (IML) do Paraná os casos de violência sexual ocorridos no ano de 2011, com base nas amostras obtidas nas técnicas de análise de lâminas feita por microscopia óptica (visualização de espermatozoide), análise quantitativa do antígeno prostático específico (níveis de PSA), assim como extração e amplificação do DNA dos suspeitos. Dos quase 1000 casos examinados a maioria foi notificado em Curitiba, 519 (52,74%), demostrando que estes tipos de crimes sexuais ocorrem com frequência no gênero sexual feminino (91,28%), com idades entre 11-15anos (38,99%) e com estado civil de solteiro (89,54%). Segundo o relato das vítimasos agressores são geralmente pessoas conhecidas ou do próprio convívio familiar (62,10%) e por medo, constrangimento e humilhação muitas mulheres deixam de registrar queixa. Acredita-se que menos de 20% dos abusos sexuais sejam notificados e cheguem ao conhecimento das autoridades competentes (BEDONE & FAÚNDES, 2007), o que é um dos fatos preocupantes já que a violência sexual é consideradagrave violação de direitos humanos.Outro dado que merece nossa atenção é o não uso de preservativo durante o abuso (41,56%), o que aumenta as chances de adquirir tanto o vírus do HIV, quanto outras doenças sexualmente transmissíveis e para a prevenção destes, profissionais da saúde devem orientar sobre o uso de quimioprofilaxiaanti-retroviral. Foi pensando em ajudar pessoas que sofreram estupro, que a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba vem desenvolvendo desde 2002 o Programa Mulher de Verdade – Atenção à Mulher em Situação de Violência, que atende, auxilia e orienta as vítimas, pois este tipo de violência gera consequências físicas e psicológicas. O programa conta com a parceria de hospitais de referência da capital e do IML/PR.Diante dos dados alcançados nesta pesquisa, conclui-se que a falta de denúncias e informações das vítimas faz com que não hajam elementos precisos a respeito da incidência de crimes sexuais.
Publicado
2016-04-13