APHANTASIA: UMA PERDA DO PROCESSO DO IMAGINAR?

  • Jessica Magari Ferazza Centro Universitário Unibrasil
  • Taciele Domingues Lopes Universidade PUC/PR
  • Jéssica Caroline dos Santos Centro Universitário Unibrasil
Palavras-chave: Aphantasia, Imagem, Imaginação, Símbolo, Neuropsicologia, Psicologia Analítica

Resumo

A Aphantasia Congênita, conhecida também como “imaginação cega” e “mente cega”, apresenta uma etiologia indefinida, os sintomas são: redução ou ausência de imagens mentais voluntárias. Cerca de 2,5% da população mundial sofre com esta disfunção, afetados por uma incapacidade de imaginar e descrever imagens mentais. Partindo de uma perspectiva junguiana, a imaginação cumpre uma função importante na psique, configurando-se como um dos principais meios para adentrar a alma. A fantasia enquanto atividade imaginativa, expressa a atividade psíquica e os seus movimentos psicológicos. Exploramos as imagens por meio dos sentidos, e quando há uma barreira para entrarmos contato com ela, pode significar para alguns sujeitos dificuldades para simbolizar e fantasiar. Considerando a hipótese sobre possíveis intercessões de processos psíquicos nos impasses ou bloqueios presentes nessa condição, questiona-se a possibilidade de uma intervenção terapêutica, a partir de uma ressignificação do sofrimento.  O objetivo deste trabalho é identificar a relação entre os sintomas da disfunção, com as alterações neurológicas, levando a uma reflexão sobre um possível bloqueio do processo do simbolizar para a teoria Junguiana, já que a mesma enfatiza a importância funcional da imagem mental no processo terapêutico, destacando a técnica da imaginação ativa. A construção deste trabalho foi a partir da literatura, correlacionando com várias vertentes cientificas, ansiando ao encontro de resultados que aproximassem a pesquisa da dissolução das hipóteses levantadas. Podemos compreender o sintoma como uma imagem que está no corpo, e como imagem revelada pela psique, ela precisa ser acolhida e trabalhada. Ao passo que ela começa a ser vista, ela se envolve com o seu interlocutor e se desenvolve, assim como o corpo responde a um cuidado/estímulo, a alma também assim o faz. Quanto mais eu me envolvo com a psique mais ela se envolverá comigo. A aproximação com o inconsciente se dá pela proximidade com o imaginal, através da fantasia, análise dos sonhos, da imaginação ativa.  Pela premissa da psicologia Junguiana, poderíamos considerar a possibilidade de a cura e a resolução do problema vêm do próprio arquétipo, que quando é buscado, por meio das imagens, mostra as suas outras faces, isto é, suas outras possibilidades de ser. Porque a psique é uma possibilidade, por isso ela não é dada, mas cultivada. Mas entende-se que ainda há muitas conjunções a serem analisadas. Isto possibilita a continuidade deste trabalho, uma vez que a Aphantasia é um termo complexo e abrangente a ser explorado. Conclui-se, portanto, ser de expressiva relevância o seguimento de estudos que contemplem e aprofundem o entendimento dos mecanismos neurológicos envolvidos nesta disfunção, bem como, analises mais assíduas acerca das implicações psicológicas e suas intervenções no contexto da Aphantasia.

Biografia do Autor

Jessica Magari Ferazza, Centro Universitário Unibrasil
Acadêmica de psicologia
Taciele Domingues Lopes, Universidade PUC/PR

Psicóloga pela Universidade PUC/PR
Pós-Graduanda em Psicologia Analítica pela PUC/PR

Jéssica Caroline dos Santos, Centro Universitário Unibrasil
Docente no Centro Universitário UnibrasilMestre em Psicologia Clínica - UFPREspecialista pela Residência Multiprofissional - Urgência e Emergência
Especialista em Gestão de Políticas Públicas
Publicado
2020-01-22
Seção
Psicologia