SÍNDROME DE MARFAN: IDENTIFICAÇÃO DE 3 MUTAÇÕES NÃO DESCRITAS NA LITERATURA

  • Priscila Gouveia de AGUIAR
  • Salmo RASKIN
  • Liya MIKAMI
  • Lilian PEREIRA-FERRARI
Palavras-chave: Síndrome de Marfan, mutações, fibrilina, tecido conjuntivo, relato de caso

Resumo

A Síndrome de Marfan (SMF), também conhecida como Aracnodactilia, foi descrita pela primeira vez em 1896. Trata-se de uma doença autossômica dominante do tecido conjuntivo, com alto grau de variabilidade clínica e manifestações nos sistemas cardiovascular, ocular e esquelético. A síndrome é causada por mutação no gene FBN1, o qual codifica a glicoproteína ligante de cálcio – fibrilina 1, que é o principal componente das microfibrilas extracelulares. O diagnóstico baseia-se nos critérios nosológicos de Ghent, onde se observa características incomuns a população de uma maneira geral. A análise molecular é importante para a confirmação do diagnóstico e prognóstico do paciente. Este trabalho teve por objetivo avaliar clinica e molecularmente, por meio de sequenciamento do gene FBN1, quatro pacientes diagnosticados clinicamente com Síndrome de Marfan. Os pacientes avaliados apresentavam pectus excavatum e prolapso da valva mitral e na análise molecular, três pacientes apresentaram ainda mutações não descritas na literatura, uma mutação frameshift no códon 2802 no exon 65 do gene FBN1 (8405_8406G; gly2802fs); e duas mutações missense, sendo uma no códon 811 (Cys811Gly) e outra no códon 2318 (Cys2318Arg) do gene FBN1. A relevância clinica de alterações frameshift é que elas por mudarem o quadro de leitura, desestruturam toda tradução proteica a partir do ponto de alteração, sendo associadas a fenótipos graves. Já para alterações missense a relevância clínica é difícil de avaliar. Três considerações podem auxiliar na avaliação do significado desta alteração. Primeiro alterou-se a propriedade química do aminoácido. Segundo a alteração do grau de conservação do aminoácido, sendo constante em todas as sequências do gene FBN1 disponíveis. Terceiro a localização da mutação na proteína fibrilina 1, que altera domínios importantes na função da proteína. Desta forma os resultados sugerem que as mutações identificadas podem ser associadas a SMF.
Publicado
2016-04-13

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