AVALIAÇÃO DAS CRENÇAS QUANTO AO TRATAMENTO COM TAMOXIFENO POR PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA PELO QUESTIONÁRIO BMQ (BELIEFS ABOUT MEDICINES QUESTIONNAIRE)

  • Gabriel Jeisson Pimentel IC, Farmácia, Unibrasil
  • Jéssica Patricia Lemes dos Reis Residência, Hospital Erasto Gaertner
  • Fernando Minari Sassi IC, Medicina, Faculdades Pequeno Príncipe
  • Leonardo Watanabe Kume IC, Biomedicina, Universidade Federal do Paraná
  • Evely Gabriele Tremarin IC, Farmácia, Unibrasil
  • Jeanine Marie Nardin Unibrasil
Palavras-chave: Câncer de mama, Tamoxifeno, BMQ, Crenças ao tratamento, Adesão ao tratamento

Resumo

O câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente em mulheres. A falta de adesão ao tratamento é um dos maiores problemas enfrentados, que interfere diretamente nas taxas de sucesso clínico e muitas vezes podem ser atribuídos pelos efeitos colaterais dos medicamentos em uso. O tamoxifeno, medicação adjuvante no tratamento do câncer de mama, é um inibidor competitivo do receptor de estrogênio, fazendo com que as pacientes que o usam apresentem sintomas semelhantes aos da menopausa. As taxas de adesão ao tratamento com tamoxifeno variam de 87%-81% no primeiro ano, caindo para 75%-50% no quinto ano de tratamento. Fatores emocionais como medo e ansiedade, podem provocar diminuição na adesão ao tratamento. As crenças sobre as medicações, as preocupações em relação aos seus efeitos, como a percepção de sua necessidade, são fatores que predispõem a adesão. O questionário BMQ (em tradução livre “Questionário de crenças sobre medicação”) avalia a natureza das crenças sobre medicamentos, possibilitando a triagem de barreiras para adesão. O BMQ consiste em duas escalas de cinco itens que avaliam as crenças sobre a necessidade da medicação e suas preocupações sobre as possíveis consequências adversas. Os pacientes indicam seu grau de concordância em uma escala Likert de cinco pontos, variando de 1 = discordo totalmente a 5 = concordo totalmente. As pontuações obtidas para cada item são somadas variando para as escalas de necessidade e preocupações entre 5 a 25. Pontuações mais altas indicam crenças mais fortes. Um diferencial de necessidade menos preocupações é calculado, com uma faixa possível de −20 a +20. Para este estudo, foi necessária uma adaptação do questionário para oncologia, tradução e adaptação transcultural para o português-BR. O projeto foi aprovado pelo CEP do Hospital Erasto Gaertner, e o questionário aplicado em 29 pacientes com câncer de mama participantes da coorte do estudo CYP/TAM. Das entrevistadas 95,3% delas concordou ou concordou totalmente que sua saúde depende dos medicamentos anticâncer que faz uso. A medicação foi considerada importante tanto para a manutenção da saúde atual quanto para a saúde futura. Contudo, 49,7% estavam preocupadas com potenciais consequências adversas e 70% estavam preocupados com potenciais efeitos adversos de longo prazo. Houve menos preocupação com os inconvenientes e interrupções nas rotinas de vida associadas ao uso dos medicamentos ou à falta de informações suficientes sobre eles (20,7%). A pontuação de necessidade geral (média 21,93, D.P. 3,20) foi maior do que a pontuação das preocupações (média 15,86, D.P. 4,64; P <0,001). O diferencial médio de necessidade-preocupação foi +6,07 (D.P. 4,26). Para 89,7% das entrevistadas, sua pontuação de necessidade foi maior do que a pontuação de preocupações. Este diferencial pode ser pensado como a análise de custo-benefício para cada paciente, para quem benefícios percebidos (crenças de necessidade) fora superiores aos seus os custos (preocupações).

Publicado
2021-06-11
Seção
Farmácia