Diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica caracterizada por hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de insulina, na utilização da insulina ou em ambos. A hiperglicemia crônica do DM está associada a danos a longo prazo, disfunção e perda funcional de vários órgãos, especialmente olhos, rins, coração e vasos sanguíneos. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial e está associada a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos), com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares. Diante do aumento exponencial de doenças crônicas que envolvem a nutrição, como DM e HAS, faz-se necessária a avaliação antropométrica, alimentar, perfil bioquímico e de hábitos de vida para traçar medidas de condutas individualizadas e adequadas que visem promover resultados mais eficazes e eficientes. O objetivo do estudo foi realizar exames bioquímicos de pacientes atendidos na Clínica Integrada do Centro Universitário Autônomo do Brasil (UniBrasil) e correlacionar com seus respectivos dados clínicos (HAS e DM). Foram realizadas coletas de sangue venoso (jejum alimentar de 10 a 12 hrs) e de dados clínicos de 68 pacientes, no período de agosto de 2017 a junho de 2018. Para confecção dos soros foi realizada a centrifugação do sangue total (10 min, 3.500 rpm) em seguida utilizado para dosagem de glicemia de jejum, colesterol total, colesterol HDL, triglicerídeos, ácido úrico, albumina, ureia e creatinina. Os ensaios correspondiam ao método enzimático e colorimétrico por kits comerciais, exceto para colesterol LDL, calculado através da fórmula de Friedwald. A média de idade dos pacientes foi de 33 anos, sendo que 11,8% tinham DM e 25% tinham HAS. Dos pacientes com DM, 25% são fumantes e 50% fazem atividades físicas. As médias das dosagens no soro de pacientes com DM foram: glicose 95,3mg/dL, triglicerídeos 109,1mg/dL, colesterol total 185,5mg/dL, colesterol HDL 62,7mg/dL, colesterol LDL 96,6mg/dL, ácido úrico 4,7mg/dL, albumina 4,6mg/dL, ureia 33,5mg/dL e creatinina 1,0mg/dL. Dos pacientes com HAS, 12% são fumantes e 24% fazem atividades físicas. As médias das dosagens de pacientes com HAS foram: glicose 93,6mg/dL, triglicerídeos 106,2mg/dl, colesterol total 183,8mg/dL, colesterol HDL 62,0mg/dL, colesterol LDL 96,9mg/dL, ácido úrico 4,7mg/dL, albumina 4,6mg/dL, ureia 33,7mg/dL e creatinina 0,9mg/dL. Após analisarmos estes resultados e calcularmos os índices de risco para doenças coronarianas, constatamos que não havia, pelo menos matematicamente, a possibilidade de início de uma cardiopatia. Esses dados sugerem que os tratamentos realizados com mudança e controle da dieta são capazes de manter normalidade dos valores laboratoriais, mesmo naqueles que fumam, não fazem exercícios físicos e possuem HAS. Esses parâmetros devem ser constantemente acompanhados e a mudança de hábitos e comportamento igualmente realizada.
Biografia do Autor
Isabela Munhoz Pereira Von Helb Luiz, (IC, Biomedicina, UNIBRASIL)