SUICÍDIO E CONTEMPORANEIDADE: QUANDO A POSSÍVEL SOLUÇÃO INFERE UM PROBLEMA

  • Monyca Thayse Danielski Centro Universitário Autônomo do Brasil - Unibrasil (Psicologia)
  • Debora Camila Ramos Centro Universitário Autônomo do Brasil - Unibrasil (Psicologia)
  • Ewerton Carlos Ambrozio Centro Universitário Autônomo do Brasil - Unibrasil (Psicologia)
  • Consuelo de Almeida Vasques Fernandes Centro Universitário Autônomo do Brasil - Unibrasil (Professora Orientadora/Psicologia)
Palavras-chave: suicídio, psicopatologia fundamental, psicanálise, melancolia

Resumo

O presente trabalho é um recorte de uma produção acadêmica que tinha como foco refletir sobre a subjetividade naquele que busca o suicídio, pensando este como resposta, alternativa ou saída, o que abre a possibilidade de reflexões acerca deste ato. A produção acadêmica tinha por finalidade apresentar versões sobre o suicídio das perspectivas da psicopatologia fundamental, sendo que esta vê o sujeito através do seu pathos (entendido como sofrimento psíquico), analisando o caso a caso e, da psicopatologia contemporânea que se baseia através de sinais e sintomas descritos em manuais diagnósticos. O motivo de escolha do tema para aprofundamento seria confrontar a ligação que se faz do suicídio com o diagnóstico de depressão. A depressão é compreendida nos manuais diagnóstico como transtornos de humor (F30-F39/CID 10) e precisa  apresentar no mínimo cinco sintomas descritos no manual, dentre eles humor deprimido e/ou perda de interesse ou prazer, no período de duas semanas, que representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior (DSM V). A confrontação destes dois olhares levaram a importância de refletir sobre o que funciona em cada estrutura psíquica, e o que está em jogo na decisão do suicídio e assim refletir melhor não apenas sobre os motivos que levam o sujeito a tirar a própria vida, mas também, pensar sobre como este se engendra na trama psíquica a ponto de ser tomado como a única alternativa para o sujeito que comete o ato. Se faz fundamental desamarrar o suicídio do diagnóstico de depressão a partir da psicopatologia contemporânea, que o ancora em categorias objetivas e, portanto, desconfiguram a função que os sintomas vem  empreender no psiquismo, podendo assim dar mais atenção a singularidade do sujeito em questão. A partir disto é possível levantar alguns aspectos do caminho que percorre da ideação para o ato, tais como, qual de fato são as condições psíquicas que levam um sujeito  a viabilizar o suicídio? Para auxílio da reflexão foram utilizados casos diversos de suicídio, buscando uma conversa teórica pela via da psicanálise, localizando alguns conceitos e obras de autores como Freud e Lacan, como por exemplo, a melancolia, ser uma das vias pela qual o sujeito encontra o suicídio como resposta, pois é entendida, por Freud (1917), como uma parte do ego que se coloca contra outra, julga-a criticamente, e, por assim dizer, toma-a como seu objeto. A exemplo da melancolia pode-se pensar em outras causas que desencadeiam o ato podendo concluir que reduzir o suicídio ao diagnóstico da depressão, desconfigura o olhar para o caso a caso, e o diagnóstico sobre o que opera subjetivamente em cada psiquismo.

Biografia do Autor

Monyca Thayse Danielski, Centro Universitário Autônomo do Brasil - Unibrasil (Psicologia)
Psicologia/Unibrasil
Debora Camila Ramos, Centro Universitário Autônomo do Brasil - Unibrasil (Psicologia)
Psicologia/Unibrasil
Ewerton Carlos Ambrozio, Centro Universitário Autônomo do Brasil - Unibrasil (Psicologia)
Psicologia/Unibrasil
Consuelo de Almeida Vasques Fernandes, Centro Universitário Autônomo do Brasil - Unibrasil (Professora Orientadora/Psicologia)
Psicologia/Unibrasil
Publicado
2019-08-20
Seção
Psicologia

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