COMO AS DEMOCRACIAS CHEGAM AO FIM E O CONTEXTO ATUAL

Resumo

De acordo com David Runciman – autor da obra Como as Democracias Chegam ao Fim – o modelo democrático sempre esteve destinado a passar, em algum momento, para as páginas da história. Importa a discussão de como é possível identificar abalos nesse modelo, a que tipo de ataque a democracia não resistiria e o que devemos fazer para mantê-la, afinal, a democracia pode parecer funcionar adequadamente mas em determinados momentos já não corresponde às nossas expectativas de felicidade, bem estar social, serviços públicos eficientes, mas mesmo com todos os problemas existentes, em relação aos quais importa reflexão no meio acadêmico, especialmente no contexto atual, depois das eleições norte-americana e brasileira, tem-se que Estados são o conceito político mais bem-sucedido da história da espécie humana. Mas talvez, diante de nossos olhos, possa ocorrer o fim da história do estado moderno. Destacando o contexto atual da eleição norte-americana e brasileira, parece haver, a partir do clima político superaquecido, uma instabilidade no diálogo com a sociedade, inflamada pela intolerância entre as partes, alimentado por acusações insensatas e bravatas virtuais que transparece um desequilíbrio. O alto comando que se volta a atacar instituições em vez de resolver os problemas existentes e governar para todos. A democracia pode suportar os atuais “solavancos” mas verificar o limite disso é uma tarefa importante que a academia precisa enfrentar, afinal, soluções precisarão ser estudadas, a partir dos ataques à democracia ocorridos em outros países, para se verificar como agir para manutenção do modelo. A criação dos conselhos consultivos para a participação na gestão pública, no caso brasileiro, que era uma estrada democrática importante, aos poucos está sendo aniquilada; manifestações dos gestores públicos e de assessores ou pessoas próximas parecem flertar com o autoritarismo e até mesmo com a ditadura. Até que ponto isso é aceitável? Precisamos estar atentos para que não ocorram retrocessos políticos e consequentemente sociais, pois o que se espera, considerando os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é a efetivação de uma sociedade livre, justa e solidária. Considerando a ocorrência de ataques à democracia, importa referir acerca dos limites a esses ataques e como poderia ser o fim do modelo, ou um grande teste a que a democracia suportaria: através da violência política, de uma grande calamidade ou mesmo por meio da revolução da informática. Finalmente tem-se que a democracia ocidental irá sobreviver a sua “crise de meia-idade”, mas vai sair “baqueada”, pode não ser o fim da democracia, mas entende-se que é a partir desses percalços que uma democracia chega ao fim.