A RELAÇÃO QUE O SUJEITO ESTABELECE COM SEU COLETIVO DURANTE O PROCESSO DE INDIVIDUAÇÃO PELA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA ANALÍTICA

  • Gustavo Bianchini Porfírio Unibrasil / Aluno de Pós-Graduação em Psicologia Analítica ; UNICENTRO / Aluno de Mestrado no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário
  • Samanta Forti UniBrasil / Professora de Pós-Graduação em Psicologia Analítica
  • David Livingstone Alves Figueiredo UNICENTRO / Professor do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário
Palavras-chave: Psicologia Social, Desenvolvimento da Personalidade, Individuação, Responsabilidade Social.

Resumo

Um sujeito que está inserido em uma sociedade se deparará eventualmente com dois tipos de conteúdos em sua psique: Conteúdos individuais e conteúdos coletivos. Carl Gustav Jung via nisso um grande risco, ao mesmo tempo que um grande potencial.  O primeiro se dá através da possibilidade de diluição da consciência desse sujeito no seu coletivo, deixando de lado seus conteúdos individuais e carregando consigo apenas os conteúdos coletivos, mas, ao mesmo tempo, via nessa relação a possibilidade da emancipação psíquica desse sujeito através da diferenciação de si em relação ao outro: O processo da individuação. Cada vez mais o fenômeno da globalização e conectividade rompem barreiras e limites impostos até então, exigindo cada vez mais consciência de cada pessoa em relação à torrente de conteúdos que são expostos diariamente. A pesquisa busca compreender a relação que se estabelece entre o sujeito e o coletivo, este visto enquanto a sociedade atual. Também espera-se discorrer sobre a individuação e o processo de desenvolvimento da personalidade. A metodologia utilizada para a realização da pesquisa é a de revisão bibliográfica nas Obras de Carl Gustav Jung e em artigos relacionados ao tema de pesquisa indexados em plataformas de hospedagem de periódicos. Jung quando discorria sobre essa relação entre o sujeito e o coletivo, escrevia e refletia sob uma perspectiva de um homem que havia participado da primeira grande guerra mundial e presenciado a segunda. Os horrores feitos pelo Nazismo e as ideologias extremistas que até então havia tido contado o levaram a dedicar seu tempo para a reflexão sobre o assunto. Assim, Jung observou que é uma característica da natureza de cada um o processo de desenvolvimento da personalidade, chamado por individuação, e que durante esse processo o sujeito precisaria se diferenciar do outro (seu coletivo) e buscar em si mesmo os conteúdos necessários. Quando em contato com conteúdos inconscientes através dos símbolos, ele observa que o sujeito precisa se retirar do seu coletivo e assim deixa uma “falta”, que será preenchida a partir dos valores e atitudes desenvolvidas nesse processo. Portanto, a relação do sujeito e o coletivo se dá a partir de duas possibilidades: Diluição da personalidade ou desenvolvimento da personalidade. Cabe ao sujeito, conseguir se diferenciar do seu coletivo, encontrar em sua psique os conteúdos que busca e, após realizar as transformações do processo da individuação, devolver à sociedade algo que possa compensar a sua falta nela. Assim, em Psicologia Analítica tornar-se indivíduo significa responsabilizar-se por si próprio e também pela sociedade, visto que uma atitude coletiva futura só se desenvolve a partir do indivíduo.

Referências

JUNG, C. G. A natureza da psique. 10ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2013a. 414 p.
JUNG, C. G. O desenvolvimento da personalidade. 14ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2013b. 236 p.
JUNG, C. G. Presente e futuro. 8ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2013c. 75p.
JUNG, C. G. Tipos psicológicos. 7ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2013d. 614p.
JUNG, C. G. A vida simbólica vol. 2 4ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2012a. 496 p.
JUNG, C. G. Aspectos do drama contemporâneo. 5ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2012b. 118p.
Publicado
2021-06-11
Seção
Psicologia

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