UM ESTUDO SOBRE ESCLEROSE MÚLTIPLA COMO UMA DOENÇA COM VÍNCULO PSICOSSOMÁTICO: UMA REFLEXÃO NA ABORDAGEM DA PSICOLOGIA CORPORAL

  • Fernanda Alaide Unibrasil
  • Bruna Vieira de Souza
  • Cristian Alencar
Palavras-chave: Psicologia; Esclerose múltipla; Psicologia Corporal; Psicossomática.

Resumo

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica, autoimune e inflamatória que atua no Sistema Nervoso Central (SNC). Sem causa definida, a EM afeta pacientes de 20 a 40 anos, rompendo o ditado popular sobre a doença ser exclusivamente de velhos. Os sintomas que se apresentam com frequência são: fadiga, transtornos visuais, dificuldades do equilíbrio e coordenação, transtornos cognitivos e emocionais, baixa libido, espasticidade e variações fonoaudiológicas. A EM pode se manifestar em três condições, a Remitente Recorrente (EMRR), Esclerose Múltipla Progressiva (EMPP) ou Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP). O tratamento convencional é medicamentoso, no entanto, neurologistas indicam o tratamento continuo com terapias complementares que têm mostrado bons resultados com os pacientes, dentre eles estão: acupuntura, fisioterapia, Shiatsu, Yoga, meditação e outros. Deu-se importância a diferenciação de cada uma das condições de EM e desta forma possibilitou uma maior visibilidade ao público alvo, pessoas acometidas e pela população em geral. Atualmente cerca de 40 mil brasileiros convivem com a doença e mais de 2,3 milhões no mundo todo. Estas pessoas estão ressignificando sua nova realidade e adotando novos estilos de vida com a intenção de diminuir os surtos da doença. Até os estudos atuais a EM não apresenta uma causa conhecida, como mencionado acima. Sendo assim, neste trabalho, o objetivo foi apresentar uma hipótese sobre um olhar da Psicossomatização para o desenvolvimento da EM. Foram utilizados alguns estudos da abordagem de “Psicologia Corporal” e Psicossomática. No processo de pesquisa bibliográfica foi encontrado, na abordagem acima citada, mais especificamente com o autor Federico Navarro, uma descrição sobre o que ele nomeava na época (1991) de Esclerose em Placa (EP) – com informações próximas das atuais sobre a EM. A diferença acontece principalmente nas regiões afetadas. Na Esclerose em Placa a desmielinização é direcionada aos nervos ópticos – hoje em dia conhecida como neuromielite óptica. O processo de desmielienização da EM e da EP ocorrem de maneira simultânea e os sintomas são muito parecidos, somente com alteração no sentido da visão, que na EP é mais intensa em relação a EM. Diante disso, o autor cogita a ideia de que essas doenças estão vinculadas com o emocional do paciente. Não existem muitos estudos sobre a EM dentro da abordagem ou da Psicossomática. Portanto, este foi apenas um estudo inicial, pois se pretende utilizar das ferramentas e técnicas da Psicologia Corporal em indivíduos acometidos pela EM. Desta forma, será possível perceber o benefício das técnicas terapêuticas em pessoas acometidas e um possível vínculo psicossomático dos surtos.

Publicado
2021-06-11
Seção
Psicologia