ANÁLISE DA OFERTA ENERGÉTICA-PROTÉICA EM PACIENTES INTERNADOS NA UTI DE UM HOSPITAL FILANTRÓPICO ONCOLÓGICO DE CURITIBA/PR.

  • Érica Quaresma
  • Graciane Beatriz Panek
  • Andrea Chaud Hallvass

Resumo

A prevalência de desnutrição em pacientes hospitalizados é bastante elevada, e quando se trata de pacientes oncológicos internados em uma unidade de terapia intensiva (UTI) essa taxa duplica devido a diversos fatores associados à internação e a própria doença, potencializando assim, o déficit nutricional, em função de um intenso catabolismo. Este estado pode evoluir para um aumento no risco de infecções, alteração no sistema imunológico, maior tempo de permanência hospitalar, aumento na taxa de morbidade e mortalidade, e nos custos relacionados à internação. Considerando o risco nutricional em pacientes em UTI, é de extrema importância que haja o estabelecimento da oferta nutricional adequada, porém, durante a terapia nutricional enteral pode ocorrer diversas condições que interferem na oferta energético-proteica planejada e vários estudos vêm verificando que a maioria dos pacientes admitidos em UTI recebem um aporte inferior ao prescrito. Sendo assim, é de grande relevância o monitoramento diário da oferta nutricional real e a identificação de fatores responsáveis pela administração inferior ao planejado, pois estes impactam diretamente no estado nutricional. O objetivo desse estudo, foi verificar se os pacientes oncológicos internados na UTI conseguiam alcançar a meta energético-proteico estabelecida de acordo com suas necessidades durante o tempo de internação, relacionando com os fatores que interfeririam no alcance da meta energético-proteico, levando em consideração a quantidade prescrita, administrada, e as intercorrências. Foi realizado um estudo retrospectivo de caráter quantitativo, onde foram analisados todos os aspectos relacionados ao paciente do período de julho a dezembro de 2015. Os pacientes eram de ambos os gêneros, com idade entre 19-60 anos, em uma unidade de terapia intensiva do um hospital público oncológico, de Curitiba/PR. A amostra foi de 56 pacientes internados na UTI durante esse período. As informações foram coletadas através dos dados fornecidos pelos prontuários eletrônicos presentes no sistema Tasy® da instituição. Os dados coletados, foram registrados em uma planilha elaborada no programa Microsoft Excel®. Posteriormente, foi realizada análise estátistica dos resultados, onde, 96% não atingiram a meta calórica-proteica estimada de acordo com suas necessidades energéticas devido a diversas intercorrências encontradas durante o tempo de internação, sendo a hipoglicemia, hiperglicemia e obstrução, as mais comuns. De 56 pacientes pesquisados, 17 foram à óbito e 16 estavam desnutridos. Concluiu-se que, 96% dos pacientes não atingiram a meta calórico-proteico durante o tempo de internação afetando diretamente no quadro de desnutrição e suas consequências.

Publicado
2016-11-08
Seção
Nutrição