Saúde Mental dos Professores da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná

  • Loidi Ramos da Silva IC - Psicologia/Unibrasil.
  • Graciela Sanjutá Soares Faria IC - Psicologia/Unibrasil.
Palavras-chave: Professores, Sofrimento psíquico, Relacionamentos interpessoais, Burnout.

Resumo

O sofrimento psíquico dos professores é considerado um problema grave na sociedade atual, uma vez que, além de afetar a saúde do trabalhador docente, afeta a qualidade do ensino e o aprendizado dos estudantes, podendo ocasionar um desequilíbrio no nível de ensino/aprendizagem. O docente não adoece sozinho e este sofrimento está relacionado a organização do trabalho com destaque para as relações no ambiente escolar. A dinâmica do trabalho do professor nem sempre favorece relacionamentos mais estruturados e fortalecidos no ambiente escolar, devido ao tempo escasso e as muitas cobranças, contribuindo para o desenvolvimento de um sofrimento psíquico e o surgimento de diferentes transtornos mentais, entre eles: o estresse ocupacional e a Síndrome de Burnout. Os docentes inclusive aparecem no topo da lista como os profissionais mais afetados por este adoecimento psíquico. O objetivo deste estudo é analisar a saúde mental dos professores da rede pública de ensino do Estado do Paraná, levando em consideração os relacionamentos interpessoais desenvolvidos dentro da escola, incluindo: relação professor-diretor, professor-professor, professor-aluno, professor-pais, professor-funcionários, professor-Governo, professor-Secretária de Educação e professor-Recursos Humanos. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa a partir da aplicação de questionário com 12 professores da rede pública de ensino do Paraná, atuantes na cidade de Curitiba, no ensino fundamental e médio, sendo três do sexo masculino e nove do sexo feminino, com idade entre 33 e 59 anos e carga semanal média de 42h de atividade ligada a docência. Observou-se que os relacionamentos interpessoais diretos do professor com o diretor, professor, aluno e funcionários têm um impacto maior na saúde geral do professor, do que os relacionamentos indiretos, como com os pais, Secretária de Educação e Governo. Embora muitos relataram que se sentem esgotados com o trabalho, somente dois dos entrevistados afirmaram terem vivenciados o burnout. Já entre os melhores e os piores aspectos do trabalho desses profissionais apareceram o mesmo tema que é a convivência com os alunos, sendo que as experiências e aprendizagem apresentados pelos mesmos competem com a falta de disciplina e condições e organização de trabalho desfavoráveis. Seria interessante ampliar este estudo a partir da coleta de dados com mais professores e com outros atores educacionais, tais como diretores e pares dos professores, que pudessem expressar sua opinião sobre a saúde mental do docente.

 

Biografia do Autor

Loidi Ramos da Silva, IC - Psicologia/Unibrasil.
Escola de Saúde / Psicologia
Graciela Sanjutá Soares Faria, IC - Psicologia/Unibrasil.
Escola de Saúde / Psicologia
Publicado
2016-11-08
Seção
Psicologia