UMA VISÃO PSICANALÍTICA SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA INFANTO-JUVENIL

  • Mathews Raphael Vieira Santana UniBrasil Centro Universitário
  • Fabrícia Fernandes Knupp UniBrasil Centro Universitário
  • Francieli Helena Sroka UniBrasil Centro Universitário
  • Camila Caroline Santiago Ferreira UniBrasil Centro Universitário
  • Loivo José Mallmann Atualmente é professor colaborador do Centro Universitário Autônomo do Brasil (Unibrasil)
Palavras-chave: educação financeira, infantojuvenil, psicanálise.

Resumo

Lidar, organizar e saber administrar finanças não é uma tarefa fácil para a maioria das pessoas. E se no mundo dos adultos essa tarefa já se mostra tão complexa, exigir que um adolescente, em meio de um processo de formação, possua tal aptidão, pode parecer exagerado, contudo, uma introdução sobre o assunto nesta fase da vida, pode vir a facilitar no futuro. As oportunidades trazidas com a modernidade para o mercado de trabalho, aliadas a um estilo de vida consumista e materialista tem projetado em muitos pais o desejo de sempre procurar conquistar para seus filhos ‘aquilo que não tiveram’. Enquanto antigamente as crianças sentiam falta de mais luxos, hoje em dia elas sentem falta da própria família. Assim afirma Freud em seu texto “Sobre o narcisismo: Uma introdução” de 1914 quando diz que “Se prestarmos atenção à atitude de pais afetuosos para com os filhos, temos de reconhecer que ela é uma revivescência e reprodução de seu próprio narcisismo, que de há muito abandonaram”. Portanto, se houver uma possibilidade de retornar àquele narcisismo perdido, os pais o farão. Na concepção psicanalítica, a angústia no ser humano se dá pela insatisfação de suas pulsões, que estão diretamente relacionadas ao princípio do prazer, ou seja, Freud acreditava que qualquer objeto poderia ser objeto da pulsão sexual, desde que atendesse à finalidade de satisfação. Nesse sentido, o estudo procurou interpretar o consumismo como uma busca pela satisfação das pulsões sexuais, explanar a utilidade da educação financeira e entender de que forma ela poderia ajudar a formar adultos conscientes. Dessa forma, observou-se que adolescentes que recebem algum tipo de renda possuem uma boa oportunidade de exercitar o aprendizado financeiro, outrora internalizado na infância, uma vez que experimentam o que é ‘possuir seu próprio dinheiro’. O importante é investir nos filhos de forma racional e organizada, seguindo alguns princípios que eles também conheçam e entendam. O jovem/adolescente então sem elucidação sobre o esforço ou custo empregado para a satisfação de um desejo, apenas o realiza. Dessa maneira, observa-se que a introdução à educação financeira para o jovem, não poderá preencher a falta que se faz presente no sujeito, no entanto, ao aplicá-la é palpável considerar a possibilidade de impedimento da tentativa de preencher tal vazio, por meio de sintomas de consumo desmedido a fim de atender uma pulsão, podendo então, evitar uma presumível elaboração de um sujeito consumista.

 

Biografia do Autor

Mathews Raphael Vieira Santana, UniBrasil Centro Universitário
Acadêmico do curso de Psicologia do Centro Universitário Autônomo do Brasil, UNIBRASIL, Brasil.
Fabrícia Fernandes Knupp, UniBrasil Centro Universitário
Acadêmica do curso de Psicologia do Centro Universitário Autônomo do Brasil, UNIBRASIL, Brasil.
Francieli Helena Sroka, UniBrasil Centro Universitário
Acadêmica do curso de Psicologia do Centro Universitário Autônomo do Brasil, UNIBRASIL, Brasil.
Loivo José Mallmann, Atualmente é professor colaborador do Centro Universitário Autônomo do Brasil (Unibrasil)
Graduação em Filosofia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia - FAJE - (1990), graduação em Licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1993), graduação em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia - FAJE - (1997), graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Parana - UFPR - (2014) e mestrado em Teologia Moral - Universidad Pontificia Comillas - (Madrid - Espanha) - (2001).
Publicado
2018-02-27