O PENSAMENTO DE PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO FÍSICA: PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES
Resumo
Liberdade, conhecimento de mundo, crítica: essas questões caras ao meio escolar e que Paulo Freire nos provoca a pensar e mobilizar na prática. O processo de ensino e a forma com que a instituição escolar se organiza reflete uma estrutura social, e da mesma forma, a modifica. Portanto, o lugar social que o indivíduo ocupa, as pressões e relações de poder que estão presentes na estrutura social como um todo são sentidas também na escola. Formar um indivíduo crítico, discurso presente em documentos oficiais como as Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná (PARANÁ, 2008) e a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017), dentre outros, se coloca como um desafio ao professor, que por vezes sente-se incapaz de mobilizar sua disciplina para realizar tal intento. Lançar luz à realidade, compreendê-la e se posicionar perante dela faz com que o indivíduo seja consciente das formas de opressão que sofre. A Educação Física, como disciplina componente do currículo escolar, deve contribuir para esse processo de formação crítica. O Grupo de Pesquisa em Educação Física Escolar (GEPEFE) do Centro Universitário Unibrasil tem se proposto a realizar algumas aproximações da realidade da Educação Física escolar com o pensamento de Paulo Freire. A partir do estudo das obras “Pedagogia da Autonomia” e “Pedagogia do Oprimido”, busca-se compreender as possibilidades de uma educação que permita aos educandos se perceberem como oprimidos, o que significa muitas vezes perceberem o opressor que existe dentro de si mesmo, para em conjunto e consciente de sua situação busque a superação desta realidade, sem tornar-se também opressor. Acredita-se como Freire, que o ato de educar envolve necessariamente o de educar-se, sendo necessária a afetividade, a humildade, o gosto pelo ensinar e aprender, a busca incansável pela competência e pela esperança engajada na transformação nossa (somos seres inconclusos), da educação e do mundo. Com base no exposto acima, podemos aproximar a prática da Educação Física como esse meio de liberdade e de compreensão da dinâmica social. Para isso buscamos relações com a abordagem teórica “concepções abertas na educação física”, de Hildebrandt e Laging, que se fundamentam em Paulo Freire para construir uma propostas para o ensino do esporte, e, posteriormente, pretende-se construir relações com outras abordagens teóricas consideradas críticas, de forma a possibilitar e instigar as reflexões sobre as possibilidades educativas na Educação Física a partir do pensamento de Paulo Freire. Para isso faz-se uma pesquisa bibliográfica e debates em grupo, depois sistematizadas ao longo das reuniões do grupo, das quais participam acadêmicos e professores do curso de Educação Fìsica (licenciatura) do Centro Universitário Unibrasil. Esta pesquisa encontra-se em andamento, mas é possível concluir que existem importantes relações entre o pensamento de Paulo Freire e a prática pedagógica de professores de Educação Física.