AVALIAÇÃO DO PERFIL DE SUSCETIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS DE Escherichia coli COLONIZANTES DE CLOACA DE ANATÍDEOS EM CONTATO COM AVES MIGRATÓRIAS NO SUL DO PAÍS

Resumo

As aves aquáticas que vivem em parques urbanos estão constantemente sofrendo a influência das atividades humanas ao meio ambiente. Algumas destas alterações podem influenciar inclusive, na constituição da microbiota desses animais, como por exemplo, contribuindo para a presença de enterobactérias patogênicas ou de bactérias apresentando mecanismos de resistência. Devido à carência de pesquisas em relação à composição e ao perfil de suscetibilidade de microrganismos colonizantes da cloaca desses animais e, considerando que a resistência antimicrobiana é um grave problema de saúde pública de responsabilidade compartilhada entre as diversas áreas da atividade humana e da veterinária; o presente estudo se propôs a investigar a presença de enterobactérias patogênicas (Salmonella spp. Shigella spp e E.coli enteropatogênica O157:H7) em aves aquáticas do Parque Municipal São José e avaliar o perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos de isolados de Escherichia coli. Em parceria com a pós-graduação da Universidade Federal do Paraná e após aprovação da pesquisa em Comissão de Ética de Uso Animal, foram coletadas amostras da superfície interna e externa da cloaca de 30 aves, com swab estéril contendo meio de transporte Cary-blair. As amostras foram semeadas em meios de cultura primários para a recuperação de enterobactérias (MacConkey, Salmonella-Shigella, GN e XLD) e, após seu isolamento, foram submetidas a provas bioquímicas manuais de identificação. Os isolados de Escherichia coli foram avaliados quanto ao perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos pela técnica de disco-aproximação, conforme preconizado pelo Clinical & Laboratory Standards Institute (CLSI) e utilizando a cepa controle ATCC Escherichia coli 25922. Neste estudo, não foram encontradas enterobactérias patogênicas nos animais investigados e foram isoladas 27 Escherichia coli, das quais cinco (18,5%) apresentaram resistência ao sulfametaxazol-trimetoprima, droga de amplo uso humano e também veterinário. Embora não se tenha evidenciado um elevado teor de resistência antimicrobiana, é importante ressaltar que esse acompanhamento epidemiológico é importante para o diagnóstico de enfermidades microbiológico nesses animais e averiguação de possíveis perfis resistentes com potencial risco-sanitário.