CONSIDERAÇÕES PSICANALÍTICAS SOBRE A ARTE DE FRIDA KAHLO

Resumo

O presente artigo teve como intuito, a partir da teoria psicanalítica, investigar a relação de Frida Kahlo com sua produção artística. Tendo sua vida marcada por uma série de eventos traumáticos, Frida teve poliomelite e também sofreu um sério acidente em sua juventude. Tais eventos, que marcaram profundamente seu corpo e seu psiquismo, contribuíram para que, ao longo de sua vida, ela fizesse vários auto-retratos. Freud nos apresenta a sublimação como um dos destinos das pulsões, nos indicando que a sublimação é a capacidade que o indivíduo possui de substituir uma meta sexual originária por outra não sexual, mas ligada a ela. A metodologia empregada neste artigo foi descritiva com abordagem bibliográfica qualitativa. Para isso, este trabalho se propôs a percorrer algumas das indicações de Freud e de Lacan, bem como de alguns de seus comentadores, na busca de entender o conceito de sublimação, para verificar se é possível articulá-lo à arte de Frida Kahlo. Lacan propõe uma discussão em seu seminário sobre a ética, esclarecendo que a sublimação não se reduz puramente a uma adaptação normativa. Ele afirma que a sublimação “eleva um objeto à dignidade da Coisa” (LACAN, 1959-60/1997, p.140) a partir da interpretação de Freud sobre o conceito de das Ding. Lacan (1959-60/1997) desenvolve a ideia da Coisa como algo não pertencente à linguagem e que está situada em outro lugar, que se relaciona com a pulsão num além princípio do prazer. Conclui-se que a artista Frida Kahlo transpareceu em suas obras uma forma de lidar com os acontecimentos de sua vida. Assim, foram trabalhadas nessa pesquisa algumas considerações a respeito de sua obra.