QUEBRANDO PARADIGMAS SOBRE VIOLÊNCIA DOMESTICA SOFRIDA POR HOMENS

  • Danyelle Karoly Lopes Cavali UNIBRASIL
  • Paulo Cipriano Coen Direito, UNIBRASIL. Orientador da Autora do texto.
Palavras-chave: agressões-conjugais, agressão-doméstica, pressões-culturais,

Resumo

O presente estudo tem como objetivo analisar a violência doméstica sofrida contra o homem. Com poucas abordagens, vê-se que o tema traz um peso cultural que atingem ambos os sexos. Porém, em virtude da violência contra a mulher ser cultural, pouco se debate quando a violência parte dela contra o homem. Historicamente, a mulher percorreu uma trajetória longa para a conquista da igualdade, passando de mera propriedade do homem, a titular de direitos. Chegando, inclusive, até ser vista como agressora, as possuidoras de traços masculinos, por não ter instinto maternal e portar uma desviância as que tinham independência e aproximação aos papeis executados pelos homens, desviando-se das determinações sociais conforme aos desejos masculinos, e voltada exclusivamente à família. Surge nos anos 60 o movimento feminista, onde aos poucos, as mulheres foram conquistando o espaço na sociedade, consequentemente, um aumento significativo, dos números de casos de homicídio passional executados pelo gênero feminino. As mulheres não têm só conquistado espaço na sociedade, bem como, leis e políticas públicas que as protegem das opressões e das agressões vividas por séculos. Mas, muitas mulheres têm se aproveitado dessas proteções para agir de forma agressiva com seus parceiros, já que eles não dispõem de amparos quando eles são as vítimas. Os primeiros estudos empíricos, realizado nos Estados Unidos em 1970, mostram que homens sofrem tanto com violência doméstica quanto as mulheres, chamada de “simetria entre os sexos”. O primeiro levantamento empírico, conduzido pelos pesquisadores Murray Straus e Richard Gelles, referência no assunto, demonstraram que 12% das mulheres tinham sofrido alguma violência conjugal considerada leve nos 12 meses anteriores à pesquisa. Entre os homens, 11,6% tinham sofrido alguma violência conjugal leve no ano que antecedeu o levantamento. Em relação à violência conjugal grave, 4,6% dos homens disseram ter sido vítimas; entre as mulheres, o índice foi de 3,8%, e que tais agressões costumam ser mutuas. No Brasil este assunto ainda é obscuro, são poucas estáticas, estudos, movimentos, políticas públicas para orientar o sexo masculino. Em 2001, foi realizado na cidade de Araraquara/SP um estudo pelo Ministério da Saúde (MS), e verificou-se que a predominância foram violência psicológica/moral relacionando de mãe para filho e ex-companheira, porém, nenhum dos vitimados prosseguiu com a denúncia, tendo em vista que para os homens a exposição de sua figura neste cenário os levaria a subversão da identidade de gênero, isto é, a cultura que de longos séculos atemoriza as mulheres, atinge o homem, visto que o patriarcalismo que impera na sociedade, faz com que o homem ao fazer uma denúncia ou declarar que sofre agressões por uma mulher perde uma identidade construída socialmente em delongo tempo.

 

Biografia do Autor

Danyelle Karoly Lopes Cavali, UNIBRASIL
Paulo Cipriano Coen, Direito, UNIBRASIL. Orientador da Autora do texto.
Advogado e Médico. Mestre em Direitos Fundamentais e Democracia (Complexo de Ensino Superior do Brasil - UniBrasil). Atividades atualmente exercidas no Magistério: Professor do Curso de Direito nas Disciplinas de Direito Penal, Direito Processual Penal, Criminologia e Medicina Legal no Centro Universitário Autônomo do Brasil - UniBrasil;
Publicado
2020-01-20