O uso da cannabis para fins medicinais

  • Marcio Boutin Centro Universitário Autônomo do Brasil - Unibrasil - Graduação.
Palavras-chave: CBD, Canabidiol, Recreativo, Doenças, Direito.

Resumo

Resumo
Dentre os diversos países da América Latina, um pequeno número possui uma legislação que regulamenta o uso medicinal da Cannabis, popularmente conhecida como “maconha”. Segundo o mapa interativo da regulamentação da Cannabis Medicinal na América Latina, que fora lançado pelo Instituto Humanitas 360, dos dezenove países, dez deles proíbem o uso da mesma e de seus derivados. Apenas o Uruguai e a Colômbia possuem leis que regulamentam internamente o uso tanto medicinal quanto recreativo da planta. Durante décadas, o canabidiol (CDB), que é um dos inúmeros compostos encontrados na maconha, vem sendo estudado como medicamento para o tratamento de doenças que afetam uma parte da população, como por exemplo o HIV, câncer, esclerose múltipla, glaucoma e até mesmo a asma. Deve-se frisar que a planta em si, não possui a propriedade para curar as doenças, porém, seus componentes vêm se mostrado um grande aliado para garantir uma melhor qualidade de vida dos que sofrem com essas doenças. Quando falamos no uso da cannabis para fins medicinais, é necessário deixar o preconceito de lado, tendo em vista que ao se falar que estão consumindo um derivado da maconha em seu tratamento, muitos questionam se não se trata apenas de uma “desculpa” para passar a fazer o uso da mesma de uma forma recreativa. Atualmente, até mesmo o uso do THC, que é a substância psicoativa, é utilizada de forma medicinal por pessoas que possuem dores crônicas e até mesmo para os que sofrem de estresse pós-traumático.  Muitas pessoas optam pelo uso de tal substancia para não se tornarem de certa forma “dependentes” da morfina, podendo assim levar uma vida normal sem o uso controlado do remédio. Porém, mesmo com tantos benefícios, o uso terapêutico da Cannabis é ilegal na maioria dos países do mundo. No Brasil, a partir do ano de 2015, o canabidiol foi removido da lista de substancias perigosas/de risco, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), passando a ser autorizado a importação de uma pequena lista de medicamentos. Desde então, o uso compassivo pelo Conselho Federal de Medicina, o uso da substancia tem sido utilizada no tratamento de epilepsias em crianças e adultos que não obtiveram êxito no uso de medicamentos tradicionais.  A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo na cidade de Ribeirão Preto terá o primeiro centro do Brasil de pesquisas sobre a substancia, e já possui autorização para estudo clínico em seres humanos.

Diante das informações mencionadas acima, a regulamentação da cannabis seria uma forte aliada na cura de diversas doenças, porém, ao analisar o pontos que foram brevemente abordados, nota-se que mesmo com diversas possibilidades de aproveitamento das “riquezas” e benefícios para uma melhor qualidade de vida, são poucos os países que passaram a aceitar a cannabis não mais como um produto ilícito, mas sim, como uma nova aliada à saúde.

 

 

Publicado
2020-01-21