A CONSTITUIÇÃO DA SEXUALIDADE SEGUNDO A PSICANÁLISE FREUDIANA

  • Isadora de Macedo Freitas PINTO
  • Ana Suy Sesarino KUSS

Resumo

Esta pesquisa busca analisar como se constitui a sexualidade na psicanálise freudiana, com o intuito de destacar aquilo que é do feminino. Para isso foram trabalhados os textos do Freud que falam sobre a construção da sexualidade, sobre o narcisismo e principalmente da constituição da feminilidade. É sabido que comumente as mulheres se interessam mais pelo amor do que os homens. Assim, este estudo se propõe a entender se isso de fato acontece, e se sim, o porquê. Serão discutidas as diversas formas de manifestações da sexualidade, desde a infância até a vida adulta, conforme foram trabalhadas por Freud no texto “Três ensaios sobre a sexualidade” (1905). Isso se faz importante porque, durante o desenvolvimento do indivíduo, tanto do menino como da menina, uma das diferenças que se impõe ao campo visual das crianças, são as diferenças anatômicas. A partir do modo como estas forem vividas, apresentarão consequências importantes para cada sexo. Veremos que no complexo de Édipo a criança dedica sua atenção e amor ao genitor do sexo oposto ao seu. Entretanto, faz-se importante destacar que Freud (1932) afirmou que tanto o homem quanto a mulher apresentam partes do aparelho sexual um do outro em seus corpos, mesmo que seja uma parte atrofiada, considerando assim como uma indicação de bissexualidade. Destacando esse entendimento, um sujeito não pode ser inteiramente homem ou inteiramente mulher, pois embora haja um sexo predominante em cada corpo, há também partes do outro sexo, atrofiadas em seu corpo. Por isso pode-se entender que a posição freudiana é a de que ser homem ou mulher não está garantido pela anatomia, mas será a consequência do modo como a travessia edípica acontecerá. No entanto, é encontrada por Freud também, uma dificuldade de dar uma significação psicológica para feminino e masculino. Assim, já que a feminilidade não poderá ser garantida pela anatomia, Freud a associa à passividade, e a masculinidade à atividade. Porém, embora esta pareça uma resposta confortadora, em seguida Freud avança nela, dizendo que mesmo para a passividade se faz necessária uma grande quantidade de atividade.  Percebe-se, então, que encontrar o que define um homem ou uma mulher não é uma tarefa fácil na teoria freudiana. O tema do narcisismo aparece nessa pesquisa para que se possa entender de que modo as escolhas objetais – femininas e masculinas – acontecem. Para tal, Freud destaca formas diferentes de se fazer a escolha objetal, visto que esta dependerá de como o narcisismo do indivíduo foi constituído. Assim falaremos sobre dois modos de escolha objetal: a anaclítica (ou masculina) e a narcísica (ou feminina). Porém, aqui novamente Freud deixa claro que não se trata de uma divisão universal, afirmando que não serão todas as mulheres que amarão ao modo feminino, assim como não serão todos os homens que amarão ao modo masculino. Tal afirmação freudiana nos evidencia a ideia de que um homem ou uma mulher não se definem pela anatomia.