REABILITAÇÃO PROTÉTICA EM PACIENTE MAXILECTOMIZADO: UM RELATO DE CASO

Resumo

Indivíduos acometidos por neoplasias podem ser submetidos ao tratamento cirúrgico associado ou não a quimio e/ou radioterapia. A ressecção cirúrgica de tumores na maxila é conhecida como maxilectomia e o defeito pós cirúrgico pode ser reparado por cirurgia plástica reconstrutora ou por próteses, dentre elas, as próteses obturadoras. O objetivo desse estudo é apresentar um relato de caso de uma paciente maxilectomizada que foi reabilitada com uma prótese total obturadora e uma prótese parcial removível convencional no arco mandibular. Paciente M.P.M., mulher, 71 anos, com histórico de carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado em borda alveolar distal do dente 14 e cirurgia de maxilectomia parcial direita resultando em comunicação buco-sinusal. A paciente relatou exposição a agrotóxicos durante muitos anos, ser hipertensa e possuir osteoporose. Um ano e 3 meses após da cirurgia, a paciente procurou clinica odontológica pois não conseguia se alimentar corretamente e sua fala era incompreensível. O tratamento proposto para a paciente foi a reabilitação protética com um objetivo de melhorar seu bem-estar. Ela foi submetida a procedimentos odontológicos onde foram realizados a anamnese e exames físicos e de imagens, restaurações classe V no dente 34, 43 e 44, exodontia da raiz residual do dente 24, moldagem do arco superior com silicone de condensação e inferior com alginato, delineamento e preparo do arco inferior, moldagem funcional com silicone de condensação pesado e leve nos arcos inferior e superior, prova do plano de cera superior, prova da estrutura metálica, registro das relações intermaxilares, montagem em articulador semi-ajustável, escolha e prova de dentes, terceira moldagem do arco superior com silicone leve e moldagem com boca fechada do arco inferior com pasta zinco-enólica e escolha da gengiva. As próteses foram instaladas e controles posteriores foram realizados. A paciente apresentou melhora na fala e capacidade de se alimentar já na primeira consulta de controle. Diante disso, é possível notar que a reabilitação protética de pacientes maxilectomizados é bastante semelhante a pacientes sem defeitos pós-cirúrgicos, com poucas adaptações, e que essa modalidade de tratamento devolve qualidade de vida e funcionalidade aos pacientes mutilados.