A QUESTÃO PALESTINA E OS DIREITOS HUMANOS

  • Amanda Cieslak Kapp
  • Naji Artigas Samaha Unibrasil Centro Universitário
Palavras-chave: Oriente Médio, Palestina, Sionismo, Ocupação, Refúgio, Direitos Humanos

Resumo

Ao analisar as civilizações do Antigo Oriente Próximo percebe-se que o seu traço temporal remonta do fim do quarto até o fim do primeiro milênio a.C. É coerente falar em “a primeira metade da nossa história”, e sim, “nossa história”, pelo fato de que a história oriental realmente moldou facetas do mundo ocidental. Conforme Mansour Challita (1990) trata-se da “terra onde nasceu a civilização”. Legados no campo da vida urbana, organização política, administração, escrita, idiomas, poesia, dentre outras fundações materiais da cultura são historicamente esquecidos e passam despercebidos, fazendo com que o Oriente Próximo passe a ser ainda mais distante e desconhecido (LIVERANI, 2020). Outra consequência de tal “esquecimento” deu origem a ocidentalização do Oriente, ou seja, a criação de um oriente imaginário, típico de fantasias e projeções, tornando-o enigmático e mistificando ainda mais as diferenças entre os pretensos valores morais e éticos entre Ocidente e Oriente (SAID, 2007). No que diz respeito à história recente dos povos do Levante e especialmente da Palestina, sabe-se que após a queda do Império Otomano, em 1918, forças coloniais europeias, especificamente França e Inglaterra colonizaram o Norte da África e a região do Levante (Síria, Palestina, Jordânia, Líbano e outros países) criando fronteiras e dividindo esses povos por nacionalidade. A Palestina, colônia inglesa até 1947, por muito pouco tempo conseguir ser um Estado Árabe, como os demais países próximos, pois assim que tornou independente a ONU declarou seu território também como lar nacional judeu. Um Estado judaico foi idealizado por Theodor Herlz em seu livro “Der Judenstat”, de 1895, e discutido no primeiro congresso sionista alguns anos depois. Herlz não chegou a ver o estado sionista se formar, mas influenciou significantemente com ideias e estratégias de ocupação que acompanham o sionismo até hoje. 1948 foi o ano repartidor de águas para a ocupação. Até então judeus e árabes viviam pacificamente, porém nesta data o território palestino recebeu mais de 100 mil judeus, autorizados pelo recém-criado estado de Israel. Este, com diferentes apoios armamentistas e políticos, forçou que mais de um milhão de palestinos fugissem de suas terras por conta da ocupação e da violência em diversas esferas. O presente trabalho, fruto de pesquisa de iniciação científica em andamento, busca analisar, por meio de estudo bibliográfico, os fatores históricos e geopolíticos presentes neste cenário, bem como a construção de um discurso de verniz democrático por parte de Israel na tentativa de apagamento do genocídio e da violação dos Direitos Humanos realizados há algumas décadas contra o povo palestino.

Publicado
2022-11-22

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