ANÁLISE DA FUNÇÃO PULMONAR EM PACIENTES DIALÍTICOS
Resumo
Introdução: A doença renal crônica é caracterizada pela perda progressiva e irreversível da função renal, acarretando alterações eletrolíticas, volêmicas e endócrinas com impacto sistêmico, assim consequentemente causando alterações da função respiratória. Na hemodiálise o sucesso da terapia depende de um bom acesso vascular, tendo a opção da fístula arteriovenosa (FAV) com veias nativas, a prótese com enxerto arteriovenoso e os cateteres venosos centrais (CVC). Motivo do estudo: Apesar de que a FAV seja o mais indicado, nem todos os pacientes poderão realizar esse procedimento, desta forma tendo como outra opção de acesso vascular o CVC. A prova de função pulmonar auxiliar no diagnóstico de distúrbios ventilatórios, através da análise dos dados da espirometria o paciente pode ser classificado com um distúrbio pulmonar restritivo, obstrutivo ou sem alterações. Objetivo: Comparar a função pulmonar em pacientes hemodialíticos com CVC e FAV. Métodos: Trata-se de uma pesquisa exploratória, do tipo quantitativa, realizado no Hospital da região metropolitana de Curitiba/PR, aprovado sob parecer 5.700.203. Com coleta de dados entre novembro à dezembro de 2022. Foram incluídos pacientes acima de 18 anos, ambos os gêneros e responsivos. Para a avaliação de função pulmonar foi utilizado o espirômetro portátil e foram mensuradas: a Capacidade Vital Forçada (CVF); Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1); Pico de Fluxo Expiratório (PFE); Fluxo Expiratório Forçado médio (FEF); Relação entre o Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo com a Capacidade Vital Forçada (VEF1/CVF). Durante a aferição os pacientes realizaram uma inspiração máxima, seguida de uma expiração forçada, com os lábios totalmente ocluídos no bocal descartável, durante três tentativas, com intervalo de um minuto. Durante a análise estatística foi utilizando o teste Wilcoxon-Mann-Whitney. Resultado: Dos 27 pacientes, 9 (33,3%) com CVC, e 18 (66,7%) com FAV, entre 57,7(±18,0) anos. Nos pacientes com FAV, a CVF foi 2,1 l/s, e o VEF1 1,9 l, enquanto nos pacientes com CVC a CVF foi 213,2 l/s e o VEF1 1,6 l. Os pacientes com FAV apresentaram um FEF com uma média acima dos parâmetros de referência com 516,0 (±7,3) l/s, em comparação aos pacientes com CVC 93,7 (±9,3) l/s. A relação do VEF1/CVF obteve o mesmo resultado em ambos os grupos. Houve significância estatisticamente entre os grupos em todas as variáveis da espirometria (p<0,02), sendo que os pacientes com fístula apresentaram um melhor desempenho pulmonar. E ambos os grupos foram classificados com distúrbio pulmonar restritivo. Conclusão: Comparando o resultado da CVF e VEF1 entre os grupos, ambos apresentaram diminuição da função pulmonar, porém pacientes com FAV demonstraram parâmetros melhores em todas as variáveis da espirometria. No entanto, indiferente da via de acesso para a hemodiálise, podendo classificar esses pacientes com distúrbio pulmonar restritivo.
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