RACISMO À JOGADORES BRASILEIROS POR PARTE DE INDIVIDUOS ARGENTINOS: UMA APROXIMAÇÃO À FRANTZ FANON

  • Valtair José Paulo da Silva UNIBRASIL
  • Ênio Ricardo Macêdo Vilhena (Professor, psicologia, UNIBRASIL)
Palavras-chave: futebol, racismo, Argentina, Frantz Fanon, racial

Resumo

Este trabalho busca através da análise de 3 obras, sendo elas o relatório
“Discriminação racial no Brasil em 2021” do Observatório da discriminação
racial no futebol (2021), o livro “Pele Negra, Máscaras Brancas” de Frantz
Fanon (2008) e o artigo ”Não há negros na Argentina”: o mito da
homogeneidade racial argentina. Simbiótica” de Orsi G. O. (2023), estudar o
racismo no futebol contra jogadores brasileiros na Argentina. Compreender as
causas históricas que cooperam para o racismo na Argentina especialmente
contra jogadores brasileiros a partir do conceito proposto na obra de Frantz
Fanon, favorece uma reflexão que gera uma consciência acerca do fenômeno.
Portanto, o objetivo é analisar manifestações racistas na área do futebol por
parte de argentinos, e aproximar com o conceito de máscara branca do autor.
Através do registro dos casos no relatório, percebesse alguns padrões
ofensivos por parte dos argentinos, com termos como “macaco”, presente
durante o jogo Brasil x Argentina (2021), o relatório apontou um pico de
intensidade nas ofensas direcionadas ao jogador Neymar e à torcedores
brasileiros nas redes sociais. Com uma análise ao contexto histórico racial da
argentina, é possível propor onde surgiu tal problemática, o artigo citado busca
compreender os fatores que levaram a um embranquecimento da população
argentina, visto que no século XIX aproximadamente 40% da população
argentina era negra, e após diversas influencias da herança europeia através
de estrangeiros, a população negra passou a ser dizimada, trazendo junto com
isto o conceito de inferioridade ao negro, estabelecendo a branquitude na
sociedade local, gerando a aceitação por parte da população descendente de
negros que não existem negros na argentina e que os mesmo não são por
terem a pele mais clara, fruto da miscigenação, fenômeno também estudado
por Frantz Fanon em sua obra, o autor busca refletir sobre a influência
europeia na população negra que ao ter contato de forma externa em outros
países ou interna em sua própria cultura, assumia a cultura europeia como sua,
assumindo a língua, até mesmo sotaque e formas de se vestir, passando a
colocar seus povos originários como inferiores a si e sua nova cultura. Os
resultados desse estudo cooperam para uma reflexão histórica racial visando
fatores cooperativos para a intensidade nos casos de racismo vindo da
argentina, surgindo consciência a partir do tema estudado. Conclui-se que a
análise do fenômeno feita através das três obras citadas pode facilitar o
entendimento das causas da intensificação do racismo na Argentina, e como
isso é transferido para os jogadores brasileiros, cabendo futuramente um
estudo científico que se aprofunde mais nos dados e termos disponíveis nas
obras.

Referências

Discriminação racial no Brasil em 2021. São Paulo: Observatório da discriminação racial no
futebol, 2021. Disponível em: https://www.example.com/relatorio_discriminacao_racial_2021.pdf. Acesso em: 9 ago. 2023

FANON, Frantz. Pele Negra, Máscaras Brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.

ORSI, G. O. “Não há negros na Argentina”: o mito da homogeneidade racial argentina.
Simbiótica. Revista Eletrônica, [S. l.], v. 9, n. 2, p. 140–163, 2022. DOI:
10.47456/simbitica.v9i2.39249. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/39249. Acesso em: 9 ago. 2023.
Publicado
2023-11-01
Seção
Psicologia