ESTUDO SOBRE A PREVALÊNCIA DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

  • victoria batista unibrasil
  • Edilceia Ravazzani Unibrasil
Palavras-chave: transtornos alimentares; prevalência; epidemiologia; fatores socioculturais.

Resumo

Os transtornos alimentares (TAs) são condições psiquiátricas caracterizadas por padrões alimentares disfuncionais, preocupação excessiva com o peso e a imagem corporal, além de graves repercussões físicas, psicológicas e sociais. Entre os quadros mais prevalentes destacam-se a anorexia nervosa (AN), a bulimia nervosa (BN) e o transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP), frequentemente associados a elevada morbidade, risco de mortalidade e comorbidades psiquiátricas. As causas são multifatoriais, envolvendo predisposições biológicas, fatores psicológicos e determinantes socioculturais, como a valorização da magreza e a pressão estética. Este estudo consiste em uma revisão narrativa de literatura, realizada em bases de dados como PubMed e SciELO, utilizando como critérios de inclusão artigos publicados entre 2000 e 2024, em português e inglês, envolvendo adolescentes e jovens adultos. A pesquisa buscou responder à seguinte questão: “Qual a prevalência dos transtornos alimentares no mundo?”. Ao todo, foram identificados 120 artigos, dos quais 10 atenderam aos critérios estabelecidos para inclusão, compondo a análise comparativa. Os resultados evidenciam variações epidemiológicas entre diferentes regiões do mundo. A prevalência média de TAs foi de 4,6% nas Américas, 3,9% no Brasil, 3,5% na Ásia e no Pacífico, 2,2% na Europa e 2,4% na África, sendo estes os continentes com menores índices. Observa-se que os transtornos são mais prevalentes em mulheres do que em homens. No Brasil, os dados apontam prevalência próxima à média de países asiáticos e superior à europeia. Quanto aos tipos de transtornos, destaca-se que a incidência de AN se mantém relativamente estável, enquanto a BN apresenta tendência de queda e o TCAP tem aumentado, especialmente pela sua associação com a obesidade. Fatores socioeconômicos, estrutura familiar, políticas públicas de saúde e influência midiática exercem papel determinante na manifestação dos TAs. Em países desenvolvidos, a prevalência é impactada pelo maior acesso ao diagnóstico e tratamento, enquanto em países de baixa e média renda a escassez de estudos limita a compreensão epidemiológica. Considera-se ainda que aspectos culturais, como a disseminação de ideais estéticos ocidentais, reforçam a insatisfação corporal e o risco de comportamentos alimentares patológicos. Conclui-se que os transtornos alimentares apresentam alta prevalência e complexidade, exigindo diagnóstico e tratamento multiprofissional. Ressalta-se a importância da nutrição como eixo fundamental na prevenção, no cuidado clínico e na promoção de hábitos saudáveis. É urgente ampliar pesquisas em países de baixa e média renda e implementar políticas públicas eficazes, baseadas em estratégias integradas entre ciência, saúde pública e educação, para um enfrentamento ético, eficaz e humanizado desses transtornos

Publicado
2025-12-15
Seção
Nutrição