A IDENTIDADE E DESAFIOS DAS MULHERES-MÃES NA VIDA PESSOAL-FAMILIAR E NO TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE

  • Constância Tamyres da Silva Molinetti Unibrasil
  • GRACIELA SANJUTÁ SOARES FARIA
Palavras-chave: mulher, mãe, maternidade, mulheres trabalhadoras, trabalho

Resumo

O papel da mulher tem se transformado ao longo dos anos, impactando diretamente a forma como a maternidade e a carreira se desenvolvem. Ao investigar esses atravessamentos que impactam as mulheres-mães trabalhadoras, esta pesquisa busca a compreensão da identidade e desafios encontrados no contexto do trabalho, além de apresentar outros impactos que mulheres-mães inseridas no atual mercado de trabalho encaram. O estudo foi conduzido por meio de revisão sistemática nas bases Scielo e Pepsic, utilizando os descritores “mulher, trabalho e família” e “conciliação, trabalho e mulher”, sendo selecionados para análise dezessete artigos publicados na última década. A análise dos artigos evidenciou que a maioria das produções parte de pesquisadoras, das áreas de Psicologia e Administração, revelando que há maior interesse de mulheres em estudos deste tema, além de evidenciar a idealização da maternidade e a sobrecarga de trabalho, que é marcada pela conciliação entre demandas domésticas e laborais. Esse acúmulo de responsabilidades impacta negativamente na saúde mental e na qualidade de vida feminina. Demonstrando também que a identidade da mulher-mãe trabalhadora é atravessada por construções sociais que a colocam em um lugar intrínseco de responsabilidade e cuidado com a família, como se fosse uma função biológica feminina. Essa ideia reforça papeis de gênero que limitam a atuação da mulher em outras esferas da vida, como o desenvolvimento da própria carreira. E mesmo com avanços e conquistas importantes, ainda existem outros desafios para que a mulher consiga conciliar maternidade e carreira profissional, como a falta de políticas públicas, o julgamento social e a ausência de rede de apoio, além da imposição social de que “ser mãe” define o “ser mulher”, tornando a maternidade algo compulsório e não uma escolha genuína e individual. Apesar disso, os estudos realizados também mostram que há movimentos disruptivos, de resistência e de ressignificação da maternidade e do papel da mulher. Muitas mulheres têm buscado construir novas formas de viver esse papel, rompendo com padrões impostos e criando espaços de autonomia, mostrando que a maternidade pode ser vivida de forma mais livre, desde que haja suporte social e reconhecimento das suas múltiplas dimensões. O aprofundamento das pesquisas sobre o tema contribui para a promoção da equidade de gênero, bem-estar feminino e a valorização da mulher-mãe trabalhadora na sociedade contemporânea.

Publicado
2025-12-12
Seção
Psicologia