PSICOLOGIA PARA SURDOS: DEMANDAS E FATORES RELEVANTES PARA ATENDIMENTO NA CLÍNICA PSICOLÓGICA
Resumo
Resumo
O acesso da comunidade surda ao atendimento psicológico continua sendo limitado por obstáculos comunicacionais e institucionais que comprometem a qualidade da escuta e o fortalecimento do vínculo psicoterapêutico. Embora a legislação brasileira assegure o direito à inclusão e à acessibilidade, ainda são poucos os profissionais que dominam a Língua Brasileira de Sinais (Libras) ou que compreendem as particularidades culturais, identitárias e linguísticas das pessoas surdas. Esse cenário reforça a urgência de repensar a formação dos psicólogos e de ampliar práticas clínicas sensíveis à diversidade comunicacional. As orientações recentes do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR, 2023) juntamente com as Resoluções do Conselho Federal de Psicologia (CFP) n°009/2025 enfatizam que o atendimento psicológico deve ser realizado, preferencialmente, por profissionais fluentes em Libras, comprometidos com a igualdade e a eliminação de barreiras discriminatórias, garantindo uma escuta direta e qualificada, somado com o aprimoramento contínuo das competências comunicacionais e éticas dos psicólogos, promovendo assim o fortalecimento do vínculo psicoterapêutico e o respeito à identidade linguística e cultural da pessoa surda. O objetivo desta pesquisa é identificar as principais demandas e fatores relevantes para o fortalecimento do vínculo psicoterapêutico com pessoas surdas no contexto clínico. A pesquisa desenvolvida trata-se de uma revisão sistemática de abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, realizada a partir de literaturas, consultando bases como SciELO, PePSIC e Google Acadêmico, sendo selecionados 12 artigos, que investigam como se estruturam os atendimentos em Libras e quais estratégias podem reduzir as barreiras existentes. Os resultados evidenciam a importância da proficiência do psicólogo em Libras, do respeito à singularidade da experiência surda e do uso ético de recursos de acessibilidade, como intérpretes, legendas, tecnologias assistivas e modalidades táteis em casos de surdo-cegueira. Também apontam para a necessidade de ampliar a formação em Libras nos cursos de Psicologia e de valorizar processos de escuta que reconheçam a surdez como expressão de identidade e não como limitação. Essas medidas contribuem para o desenvolvimento de práticas inclusivas e para o acolhimento ético e humanizado da comunidade surda. Conclui-se que ampliar a qualificação profissional, estimular a supervisão clínica especializada e fortalecer políticas públicas voltadas à saúde mental da população surda são ações essenciais para consolidar uma Psicologia mais igualitária, acessível e transformadora, comprometida com os direitos humanos, a diversidade linguística e a promoção de uma escuta inclusiva e respeitosa.
Palavras-chave: psicologia; surdos; libras; inclusão; atendimento psicológico.
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