A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA ESTÉTICA MASCULINA

  • Bruna Guimarães Unibrasil
  • Lethicia Maria Lisboa
  • Samantha Forti
Palavras-chave: Estética masculina, masculinidade na história, masculinidade, padrões de beleza, subjetividade

Resumo

A estética masculina é um fenômeno social historicamente construído, que ultrapassa a esfera individual, refletindo em aspectos culturais, políticos e simbólicos sobre os corpos dos homens. A presente pesquisa, justifica-se pelo crescente interesse masculino em práticas estéticas e de autocuidado, ao mesmo tempo em que a maior parte das pesquisas sobre o tema permanece centrada nas vivências femininas, havendo ainda uma lacuna significativa de estudos na área da Psicologia que explorem essas práticas sob a perspectiva masculina. Nesse sentido, torna-se imprescindível analisar como os ideais de beleza masculina foram sendo formados ao longo do tempo e quais os impactos subjetivos que carregam, sobretudo em um contexto no qual o corpo tornou-se um marcador social e identitário. O objetivo geral consiste em compreender os impactos subjetivos do contexto sociocultural contemporâneo na construção da estética masculina. Para isso, será necessário: Investigar como os ideais de corpo masculino foram representados e valorizados em diferentes períodos históricos; Identificar as transformações nos significados atribuídos ao corpo masculino, da Antiguidade à contemporaneidade; e Refletir sobre como esses padrões moldam as percepções de masculinidade e o comportamento dos homens na sociedade contemporânea. A partir disso, o desenvolvimento da pesquisa aborda o percurso histórico da representação do corpo masculino: na Grécia Antiga, o ideal atlético simbolizava equilíbrio e virtude; no Império Romano, a virilidade era sinônimo de poder e cidadania; com o Cristianismo, o corpo passou a ser reprimido, associado ao pecado; no Renascimento, foi novamente exaltado; e, a partir do século XX, com a ascensão da mídia e da cultura de consumo, consolidou-se como símbolo de sucesso, controle e masculinidade dominante. Cada período histórico projetou no corpo masculino não apenas padrões estéticos, mas também formas de disciplinar e normatizar a masculinidade. Os resultados esperados indicam que tais padrões atravessam a subjetividade masculina, influenciando autoestima, autoimagem e modos de se posicionar socialmente. A análise da literatura evidencia ainda que, mesmo com transformações culturais, a imposição de ideais de força, juventude e perfeição física permanece como elemento estruturante da construção identitária masculina. Deve-se considerar que esse estudo está em andamento e será realizada uma pesquisa de campo com homens, na faixa etária de 19 a 59 anos, com o objetivo de aprofundar a compreensão sobre as vivências subjetivas relacionadas à estética masculina. Essa etapa empírica visa complementar as análises teóricas desenvolvidas. Assim, conclui-se que compreender a estética masculina como um fenômeno histórico, social e cultural é essencial para ampliar o debate acadêmico e clínico na Psicologia, permitindo intervenções mais sensíveis às pressões estéticas que atravessam os homens e contribuindo para a desconstrução de estereótipos de gênero enraizados.

Publicado
2025-12-12
Seção
Psicologia

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