PRESERVAÇÃO ÓSSEA DO ALVÉOLO COM FIBRINA RICA EM PLAQUETAS (PRF): RELATO DE CASO

Resumo

A anatomia dentária exerce influência direta sobre o volume e a conformação do periodonto. Após a exodontia, observa-se frequentemente um processo de reabsorção óssea e redução do volume gengival, o que pode comprometer futuras reabilitações protéticas e estéticas. Com o intuito de prevenir essas alterações, o presente trabalho relata um caso clínico de preservação alveolar mediante o uso de fibrina rica em plaquetas (PRF) como biomaterial autólogo. De acordo com a literatura científica, o PRF apresenta benefícios comprovados no processo de remodelação óssea, promovendo aceleração da cicatrização e melhor regeneração tecidual. Além disso, trata-se de uma técnica de baixa complexidade operatória, custo reduzido e viável em ambiente acadêmico. O caso clínico foi realizado na Clínica Odontológica do UniBrasil com a paciente R.K.A.S., sexo feminino, 48 anos, que procurou atendimento relatando a perda da coroa clínica do primeiro molar inferior esquerdo (dente 36), visando futura reabilitação protética. O exame radiográfico evidenciou lesão de furca acentuada e ausência de estrutura dentária suficiente para restauração, sendo indicado o planejamento para reabilitação com implante. Após avaliação clínica e aferição da pressão arterial, procedeu-se à coleta de dois tubos de sangue venoso, posteriormente centrifugados a 250 rpm por 10 minutos, para obtenção da membrana de PRF. Sob anestesia local (mepivacaína 2% com epinefrina), foi realizada incisão intrasulcular, descolamento mucoperiostal, odontossecção das raízes, extração atraumática e curetagem do alvéolo com solução fisiológica estéril. As membranas de PRF foram então compactadas em FibrinBox e inseridas no alvéolo, seguidas de sutura, visando manter o biomaterial estável e favorecer a cicatrização tecidual. O acompanhamento radiográfico foi realizado no pós-operatório imediato e após seis meses, observando-se melhor preservação do volume ósseo e evolução cicatricial superior em relação às exodontias convencionais sem biomaterial. Conclui-se que o uso de PRF como método de preservação alveolar mostrou-se eficaz e compatível com os achados científicos atuais, reforçando sua relevância clínica e sua aplicabilidade em contextos de formação acadêmica e prática odontológica.