OS EFEITOS E SINTOMAS NO TRATO GASTROINTESTINAL PROVOCADOS PELOS MEDICAMENTOS QUIMIOTERÁPICOS EM PACIENTES ONCOLÓGICOS E AS POSSÍVEIS CONDUTAS NUTRICIONAIS

  • Priscila Variani Unibrasil
  • Flávia Sansaloni Unibrasil
  • Camilla Kapp Fritz

Resumo

Introdução: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer ocupa a segunda causa de morte no mundo, a maioria desses indivíduos realizam tratamento com medicamentos quimioterápicos e apresentam muitas queixas de alterações do TGI, impactando na sua qualidade de vida e tratamento das doenças. Por esse motivo, torna-se fundamental oferecer um acompanhamento nutricional aos pacientes que apresentam diversos sintomas adversos relacionados ao TGI, de modo a atenuar ou controlar os efeitos colaterais, favorecendo uma melhora na qualidade de vida e prognóstico. Objetivo: investigar os principais sinais e sintomas desencadeados no TGI durante o tratamento oncológico com os fármacos quimioterápicos utilizados no Brasil. Metodologia: foi realizada uma revisão de literatura embasada em documentos publicados pelo INCA, do Ministério da Saúde, SBNO, do Hospital Albert Einstein, além de artigos sobre o assunto, utilizando a base de dados: SCIELO e biblioteca da Unibrasil, como fonte de pesquisa de artigos no período dos últimos cinco anos. Resultados e Discussões: de acordo com o Guia de Protocolos e Medicamentos para Tratamento em Oncologia e Hematologia do Hospital Albert Einstein, existem 14 possíveis efeitos colaterais aos medicamentos quimioterápicos, sendo os principais: náuseas e vômitos, diarréia, anorexia e perda de peso, neutropenia, constipação, anemia, mucosite (estomatite), odinofagia, ganho de peso, xerostomia, flatulência, esofagite, irritação na orofaringe e hipocalcemia. Dentre as principais condutas nutricionais encontradas para minimizar estes efeitos, são: para náuseas e vômitos: a náusea diminui o apetite e o vômito diminui a quantidade de alimento absorvidos e, com isso, alimentar-se a cada 2h, aumentar o consumo de água, água de coco, sucos naturais, consumir sorvetes e gengibre para reduzir os sintomas são algumas estratégias adotadas; anorexia e perda de peso: evitar forçar o consumo de alimentos e pular refeições, alimentar-se a cada de 3h, consumir farinhas, aveia, adicionar suplementos hipercalóricos ou hiperproteicos, se necessário e ter uma dieta variada, colorida e com consistência adequada; constipação: aumentar a ingesta hídrica, consumir alimentos integrais, oleaginosas, folhosos, farelos de aveia, ameixa preta, pois são alimentos que estimulam a motilidade intestinal; mucosite: realizar várias refeições ao dia, priorizar refeições líquidas ou semilíquidas geladas ou em temperatura ambiente, variando entre a consistência branda ou pastosa também; odinafagia: realizar mais refeições durante o dia em menor quantidade, optar por preparos frios ou em temperatura ambiente, priorizar consistência branda, pastosa, alimentos macios, picados ou desfiados para facilitar a ingestão; xerostomia: consumir alimentos ácidos e condimentados, água com limão, frutas cítricas, pastilhas e balas sem açúcar e pastilhas com pilocarpina para estimular a saliva; esofagite: evitar alimentos que irritem a mucosa inflamada, comer a cada 2h, mastigar várias vezes e alimentar-se no mínimo 2h antes de dormir para evitar o refluxo; diarréia: aqui a conduta nutricional é a reidratação que pode ser feita através do soro caseiro e ter uma dieta constipante para regular as funções intestinais; neutropenia: para evitar possíveis infecções causadas pelo alimentos, é importante a higiene e o armezanamento dos alimentos; anemia: consumir alimentos de origem animal, vegetais que contenham ferro e alimentos ricos em vitamina C que ajudam na absorção do ferro; ganho de peso: para diminuir o inchaço que alguns medicamentos promovem, deve-se reduzir a quantidade de sal, aumentar a ingesta hídrica, realizar refeições a cada 3h, consumir carboidratos complexos, consumir frutas, legumes e hortaliças; flatulência: o indicado é evitar alimentos gordurosos e condimentados, ricos em enxofre, tais como, feijão, lentilha, ervilha, ovos, alho e cebola, adoçante, carboidratos refinados, açúcar e doces, consumir gengibre em temperos ou chás ajudam a eliminar os gases; hipocalcemia: o consumo deste mineral é essencial para o equilíbrio do sistema imunológico, embora seja feito ajuste no plano alimentar, na maioria das vezes será necessário suplementar; Irritação na orofaringe: é indicado realizar várias refeições ao dia e, em menor quantidade; adicionar alimentos em temperatura ambiente; consumir alimentos em consistência pastosa e pastosa, carnes cozidas ou desfiadas para facilitar a ingestão,  hipercalórico e hiperproteicos. Discussão: conforme os artigos analisados, a escolha do tratamento depende da localização do câncer, do estágio da doença e do estado funcional do paciente. Os protocolos de tratamento de combate ao câncer, podem ser administrados via oral, intravenosa, intramuscular, subcutânea, intratecal e tópica, podendo ser utilizado um único medicamento ou associações com diferentes agentes químicos. Contudo, independente do protocolo adotado, o intuito é interromper o crescimento das células cancerosas. Conclusão: o estudo ressalta a importância da conduta nutricional, uma avaliação precoce e acompanhamento de um profissional da Nutrição especializado em Nutrição Oncológica são determinantes para o bom prognóstico, a fim, de melhor o estado nutricional e seguimento com o tratamento.

Palavras-chave: Efeitos Colaterais; Trato Gastrointestinal; Câncer; Quimioterapia; Conduta  Nutricional.

Publicado
2025-12-15
Seção
Nutrição EAD