Desenvolvimento motor de um bebê prematuro extremo - estudo retrospectivo
Resumo
Introdução: A prematuridade extrema, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como nascimento antes de completar 28 semanas de gestação, pode estar diretamente associada ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Ainda com os avanços obtidos, esses bebês podem apresentar sequelas neurológicas e motoras significativas, demandando acompanhamento multiprofissional, especialmente da fisioterapia. Justificativa: Considerando que o tempo gestacional reduzido gera impacto diretamente na maturação dos sistemas orgânicos e que a intervenção precoce pode minimizar atrasos, torna-se relevante investigar o desenvolvimento motor de bebês prematuros extremos para reforçar a importância da atuação fisioterapêutica. Objetivos: Analisar retrospectivamente o desenvolvimento motor de um bebê prematuro extremo, utilizando a Alberta Infant Motor Scale (AIMS), identificando atrasos e evidenciando a relevância da intervenção fisioterapêutica precoce. Metodologia: Estudo retrospectivo, exploratório-descritivo, realizado a partir da análise de prontuários de um bebê prematuro extremo acompanhado na Clínica de Fisioterapia do UniBrasil. Foram avaliados dados de 6 a 18 meses de idade corrigida, utilizando a escala AIMS, composta por 58 itens divididos nas posturas prono, supino, sentado e em pé, com classificação em percentis de desempenho motor. Resultados: O bebê apresentou índice de Apgar no primeiro minuto 1 e no quinto minuto 7, nascido com 28 semanas de gestação, peso de 930 g e 92 dias de internação em UTI neonatal. Na aplicação da AIMS, verificou-se evolução progressiva do escore motor: 11 pontos aos 6 meses, 21 aos 9 meses, 25 aos 12 meses, 33 aos 15 meses e 42 aos 18 meses. Apesar da melhora contínua, os percentis permaneceram predominantemente entre o 5% e o 10%, alcançando no máximo o percentil 25%, o que indica desempenho motor suspeito para atraso, com a correção da idade gestacional. Conclusão: A análise evidenciou atraso no desenvolvimento motor de um bebê prematuro extremo, evidenciando a importância da intervenção fisioterapêutica precoce e contínua como estratégia necessária para estimular os marcos motores e reduzir os impactos da prematuridade extrema no desenvolvimento infantil.
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